A nossa Comunidade é formada por cristãos: homens e mulheres, adultos e jovens, de todas as condições sociais que desejam seguir Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele na construção do Reino, e reconheceram na CVX a sua particular vocação na Igreja (PG4)

24 novembro 2013

Semear a Fé...


SEMEAR A FÉ NO CAMPO E NA CIDADE

1. Falo do umbral do outono, de uma praça carregada de metáforas. Moro aqui debaixo deste céu. Claro que durmo ao relento. Sou pobre e puro. Pedinte apenas à porta do espírito. Como os plátanos no púlpito das praças, abrigo os pássaros. Atiram-me pedras os meninos. O meu lugar é aqui, de bruços nas palavras, pedra a pedra construindo o pátio do poema. É assim que hoje enfrento, em estilo diferente, os dizeres deste Domingo XXVII do Tempo Comum.

 2. Oiço bater à porta. Serás tu ainda? Que fruto trazes nas tuas mãos despidas? Um balde? O mar? O mar num balde? As rochas a estalar? O lume a arder em febre? Uma estrela cadente envolta em neblina?

 3. Trazes a história de uma semente pequenina, microscópica. Dizes, para espanto meu, que, lançada à terra, dela nascerá uma árvore grande, em cujos ramos vêm abrigar-se os pássaros do céu, fazendo dela uma lareira carregada de alegria. E dizes, outra vez para espanto meu, que a FÉ tem o tamanho e o virtuosismo dessa semente pequenina, que semeada no meu coração e no coração do mundo pode desenraizar o que nos parece seguro, sólido, assegurado, fazer ruir os nossos cálculos mais estudados, fazer florir o alcatrão das nossas estradas, fazer sorrir a nossa história desgraçada, arrancar embondeiros, plantar no mar aquilo que parece só poder viver na terra.

 4. Acrescentas logo, sempre para espanto meu, que uma vida de serviço e da máxima simplicidade é a melhor. E que é também a melhor pregação. Servir por amor. Sem tempo nem contrato. Sem cláusulas. Doação total. Dar a vida como tu, Senhor e Servo.

 5. Para me dizeres tanto, foste buscar metáforas ao campo: a semente, as árvores e o servo (Lucas 17,5-10). E do campo, levas-me a visitar o jardim de Habacuc. Poucos saberão, mas Habacuc é o nome de uma planta de jardim. Está de passagem. De manhã viceja, à tarde seca. É preciso ir depressa. Até porque Habacuc ainda tem de ir à cidade e escrever num grande painel publicitário que «o não-recto perecerá, mas o justo viverá pela FÉ» (2,4).

 6. A FÉ é a tal sementinha que pode virar do avesso a nossa vida, a nossa casa, a nossa rua, a nossa cidade, a nossa história.

 7. Corre e demora-te a ver esse painel, metáfora erguida na cidade, e aprende a FÉ, isto é, a FIDELIDADE. S. Paulo demorou-se longamente a contemplar esse painel, de tal maneira que gravou os seus dizeres na alma e em Romanos 1,17 e Gálatas 3,11.

 8. Sim, Timóteo (2 Tm 1,6-8.13-14), reacende o dom de Deus que arde em ti, não tenhas vergonha do Evangelho, dá testemunho de Jesus cristo, guarda a FÉ!
António Couto

17 novembro 2013

Vim Aqui


Intenção para estes dias...


Mostarda

mostarda

Grão de Mostarda: o testemunho da Paula Rabaça

Tal como já havia acontecido uns anos antes, com um movimento juvenil de que fiz parte, conheci a CVX através de uma amiga, a Celina Pires! A ela devo esses dois grandes “acontecimentos” da minha vida!

 Iniciei-me, pois, na CVX de Castelo Branco, em 2001 e isso foi decisivo para o meu crescimento pessoal, cristão, profissional e humano. Desde o início me senti atraída pela proposta de “integrar a vida e a fé” e este é um caminho que continuo a percorrer, embora agora já inserida noutro grupo, na Covilhã.

O “Grão de Mostarda” continua, porém, a trazer-me boas recordações. Uma delas é, sem dúvida, a da escolha do nome que foi muito consensual, dada a simbologia da parábola.

À escolha do nome seguiu-se, quase por brincadeira, a proposta de termos também o respectivo logótipo. Assim surgiu a “imagem de marca” do grupo, inspirada num velho livro de plantas medicinais. Ali se dizia que a Brassica (nome científico da mostarda) é uma crucífera, vulgar no seu estado espontâneo em toda a Europa. A designação vulgar de “mostarda” adveio do “mosto ardente” obtido pela trituração das suas sementes. É aconselhada para nevralgias, bronquites e reumatismo… Porém, o que nela mais nos atraiu foi o desejo do MAGIS, o desejo de, à semelhança dela, crescermos individualmente e em grupo, como cristãos em cujos ramos se possam abrigar os que nos rodeiam, particularmente os mais fragilizados!

 

06 novembro 2013

Grão de mostarda


Rostos que foram passando pela comunidade Grão de mostarda e permitiram o seu crescimento

CVX Grão de Mostarda

         Para quem teve a experiência de conhecer a espiritualidade inaciana e de a viver de forma encarnada na vida de um centro universitário e de um grupo CVX próprio para esta faixa etária (agora chamam-se CVX-U, mas na altura eram todos igualmente CVX…), o regresso às fontes, mais concretamente Castelo Branco, trouxe consigo a necessidade de não deixar perder esta riqueza imensa experimentada no CUPAV, em Lisboa. Depois de terminar o curso e ter regressado a Castelo Branco mantive durante mais de um ano a pertença ao meu grupo de origem em Lisboa, até que tal se revelou incomportável e comecei a sentir o apelo de procurar “amigos no senhor” em Castelo Branco.
        
         Conversando com a Helena Paula Mendonça, que partilhava da minha vontade, começamos a procurar gente que sentisse a mesma vontade ou que tivesse curiosidade em experimentar a dinâmica e a espiritualidade de um grupo CVX. Contactei o P. José Pires sj, que na altura residia na comunidade da Covilhã que foi o primeiro guia do grupo e que foi fundamental para o seu arranque e lançar de raízes. Assim começou a germinar esta minúscula semente. No princípio eramos 8 – A Helena Paula e o Amândio, na altura noivos, a Leonor, a São, a Helena Nunes, a Nucha, a Mafalda Romãozinho e eu. O grupo começou a reunir em 1996, a primeira reunião foi no dia 17 de Novembro desse mesmo ano.

         O nome de Grão de Mostarda foi proposto numa reunião, quando achámos que seria altura de dar nome a este grupo que ía criando raízes e foi consensual. E aí está, a mais pequena das sementes, que vai dando abrigo às aves que a ele se recolhem.

         Também eu, já longe do grupo há tanto tempo, permaneço ligada a ele com raízes profundas.

         Felicidades GdM. Que a parábola se cumpra sempre.

Cristina Lima

Grão de mostarda