A nossa Comunidade é formada por cristãos: homens e mulheres, adultos e jovens, de todas as condições sociais que desejam seguir Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele na construção do Reino, e reconheceram na CVX a sua particular vocação na Igreja (PG4)

23 dezembro 2016

Santo e Feliz Natal


O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro destes gestos que em igual medida
a esperança e a sombra revestem
Dentro das nossas palavras e do seu tráfego sonâmbulo
Dentro do riso e da hesitação
Dentro do dom e da demora
Dentro do redemoinho e da prece
Dentro daquilo que não soubemos ou ainda não tentamos

O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro de cada idade e estação
Dentro de cada encontro e de cada perda
Dentro do que cresce e do que se derruba
Dentro da pedra e do voo
Dentro do que em nós atravessa a água ou atravessa o fogo
Dentro da viagem e do caminho que sem saída parece

O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro da alegria e da nudez do tempo
Dentro do calor da casa e do relento imprevisto
Dentro do declive e da planura
Dentro da lâmpada e do grito
Dentro da sede e da fonte
Dentro do agora e dentro do eterno

José Tolentino Mendonça


07 setembro 2016

«Senhor, como é bom estarmos aqui!» (Mt 17, 1-2.4-5)



“Como é bom, como é suave
vivermos todos juntos. 
Juntos como irmãos
vivermos todos juntos”


A canção que a Alzira nos ensinou, que canto várias vezes ao dia, reflete a vida que tivemos no “Vinde e descansai”. Hoje, entendo na minha pele, o que Pedro disse a Jesus no monte “Senhor, como é bom estarmos aqui, fazemos 3 tendas…”, também sei o que significa “viver em comunidade como os primeiros cristãos”. Se eu conseguisse exprimir por palavras o tanto que significou essa semana para mim, já o teria feito. Tudo o que poderei escrever, fica aquém do que vivi.
Fomos servidos por uma Equipa de Serviço que cuidou de tudo ao mínimo detalhe, que preparou a Casa Comum com tudo o que necessitávamos desde que acordávamos até que nos deitávamos. Senti-me servida desde do primeiro dia até ao último. Tanto trabalho “invisível” era feito para que cada um de nós se sentisse bem. Desde do pão fresco ao pão cortado para torradas. Desde das cadeiras e chapéus-de-sol da explanada às pedras e sombra da montanha. Desde da oração à escolha dos cânticos. Desde das atividades programadas ao aprender mais e à alegria das desfrutar. Desde do caminhar ao espanto da paisagem e da talisca. Desde da água fresca à comida que sacia. Desde da foto à experiência vivida, que se torna memória. Desde de um gesto gentil ao bem-estar do acolhimento e de cada momento. Desde de tantas pequenas coisas à grandiosidade de quem serviu, de quem cuidou, de quem se encontrou, de quem se sentiu grato. Como se todos e cada um de nós tivesse em mente as perguntas “que posso fazer por ti, para que o teu dia seja bom? Seja ainda melhor?”. Perguntas que não eram questionadas, apenas respondidas e concretizadas. Senti-me servida em cada momento que servi, em cada momento que desfrutei da vossa companhia. Perguntava a Deus: meu Senhor porque me é dado tanto? Será que eu mereço? E a resposta vinha com o sentir da união, da paz, da alegria e do bem-estar.
Bem hajam. Agradeço a quem teve a ideia de fazer a semana de “Vinde e descansai”, a quem a colocou em prática e a tornou possível, a quem a desfrutou e a soube saborear. Foi a melhor experiência de viver em comunidade que já tive até hoje. Vim de coração cheio para os dias abaixo do monte, grata por tanto bem recebido só penso que é assim que tenho de viver cada dia, nessa missão de serviço, entrega e disponibilidade ao outro. O sentir do Amar a Deus em todas as coisas, foi vivenciado e agora tem de ser levado aos outros.
Assim, entre-tanto e com coração grato e cheio, dou graças ao Senhor por todos os bens que nós concedeu a cada momento da semana “Vinde e descansai”. A aventura da fé começa agora. Deixar tudo o que tivemos aí, no monte, e ir para o mundo, para a realidade de todos os dias. Enriquecidos por esta experiência de união, de paz e de alegria, agradeço ao Senhor o dom da fé e da confiança, para que, em cada dia das nossas vidas, possamos ser verdadeiras testemunhas do Seu Amor.
Bem hajam. Estaremos sempre juntos na fé e na oração. Que seja assim…
Maria José
Muito obrigada à Equipa de Serviço: Ana Teresa, Paula, Rui, Célia, Sílvia, Isabel e Adriana e a todos: Alzira, Ana, Francisco, Guilherme, Inês, João, Jorge, Maria do Carmo, Marta, Marta, Miguel, Miguel, P. Luís Pardal, Paulo, Pedro, Raquel, Sara, Teresa, Vera… e Rubi

By Maria José Madeira

04 setembro 2016

01 setembro 2016

"A amizade é a mais verdadeira realização da pessoa" By Sta. Teresa de Ávila, Caminhada CVX-BI


9ª Caminhada e encerramento CVX BI 2015/16


Não haverá melhor forma de encerrar um ano de “caminhada” do que caminhando… 
Assim aconteceu uma vez mais no dia 2 de Julho com a caminhada e encerramento CVX-  -BI 2015/16.
O local escolhido foi a nossa bela Serra da Estrela e o ponto de partida os Piornos.
Contámos com a presença de vários membros dos grupos CVX-BI, familiares, e dos padres Vaz Pato e Rafael Mourão.
O silêncio da serra foi propício aos momentos de oração gentilmente preparados pela Adriana e pela Sílvia da “5ª Semana” e que nos propuseram como graça inicial a pedir: “Um olhar misericordioso como o do Pai”. A misericórdia constituiu assim o pano de fundo dos momentos de oração/ reflexão, donde destaco o extrato da encíclica “Deus é amor” do papa Bento XVI:” Só a minha disponibilidade para ir ao encontro do próximo e demonstrar- -lhe amor é que me torna sensível também diante de Deus. Só o serviço ao próximo é que abre os meus olhos para aquilo que Deus faz por mim e para o modo como ele me ama (…)”.
O Caminho nem sempre foi a direito… mas também assim não o é na vida quotidiana, e nem por isso deixámos de apreciar a beleza da paisagem que nos ia acompanhando. Passando pelos Poios Brancos, Serra de Baixo, Nave de Santo António, concluimos a caminhada com o almoço convívio no Covão d’Ametade onde não pode faltar o delicioso e sempre aguardado “Tiramissù” da Susel. Seguiu-se um agradável momento de descontração animado também pela Susel (os seu dons não se ficam pela culinária) que pôs a malta toda a cantar num jogo muito divertido, onde a letra mais ouvida foi “ná, ná, ná”.
Concluimos o encontro com a Eucaristia, onde palavra, silêncio e canto se conjugaram num ambiente de serenidade reconfortante…
Voltámos a casa de coração cheio, eu e as minhas filhas, com a certeza de que “para o ano há mais”!

By Catarina Cunha

15 junho 2016


No passado dia 28 de maio realizou-se na Covilhã, na sala de Santo Inácio, da Paróquia de São Pedro, mais uma atividade promovida pela CVX- BI - o Encontro de Pentecostes - que este ano contou com a disponibilidade do P. Nuno Branco, sj.  Veio ajudar-nos a aprofundar o tema tão caro à Espiritualidade Inaciana, o do Discernimento.

Este encontro destinou-se não apenas a elementos pertencentes à Comunidade de Vida Cristã, mas também a todos quantos queriam participar, no entanto, verificou-se que a grande maioria das pessoas presentes pertencem a grupos CVX.

O tema foi abordado, dividido em três momentos, um olhar ao “antes de tomar decisões”, depois ao “como tomar decisões” e por fim uma abordagem aos “sinais indicativos de boas decisões”.

Estamos permanentemente a tomar decisões, algumas das quais não pressupõem grande discernimento devendo pois atender-se à proporção que existe entre o objeto de decisão e o tempo que gastamos a tomar a referida decisão. Neste encontro, o foco foi para as decisões a tomar, com impacto mais direto na nossa vida cristã, as quais devem ter como pano de fundo o buscar, encontrar e seguir a vontade de Deus para a nossa vida. Santo Inácio propõe um conjunto de regras, ferramentas que poderão ajudar neste caminho interior. O método inaciano inclui três passos, sentir, interpretar e reagir implicando a necessidade de se compreender a fundo os contornos de cada situação, devendo-se interpretar a realidade à luz da Vontade de Deus (Quem sou? O que se pretende? Em que fase me encontro? Quais as minhas necessidades? O que tem acontecido? O que me falta? O que me é pedido?) a finalidade (Para onde quero ir? O que Deus me chama a ser? A fazer?) e os critérios (Sei quem sou e sei para onde Deus me chama mas há que levar os critérios que me movem à oração, Qual a opção que mais me aproxima da minha vocação que é o Amor? O Amor é o fim? Qual a opção que mais me aproxima da maior glória de Deus? Esta deverá ser a grelha de leitura).

Para tomar uma decisão o primeiro passo é enunciar a questão que se me coloca, procurando que esta seja o mais concreta, prática, realista e possível conduzindo apenas a duas hipotéticas respostas: sim ou não. Santo Inácio propõe depois que me coloque na “reta intenção”, através da oração, pedindo a Deus a graça de que as intenções sejam ordenadas segundo a Sua vontade, a seguir o Seu caminho. Quem procura discernir deve incluir ainda a consideração afetiva (Como me sinto? Que moções? O que poderão significar? A nível afetivo onde sinto mais paz?) e a consideração racional (lucidamente, fazer uma ponderação racional elencando vantagens e desvantagens de cada hipótese de decisão). Apresento a decisão a Deus, pedindo a confirmação ao Espírito Santo, sinais que me confirmam a decisão, já que a confirmação vem purificar a decisão. Por fim, um momento de avaliação, atendendo aos sinais dos tempos, aos sinais do Espírito Santo, não esquecendo que na vida haverá sempre um desfasamento entre a ação de Deus e o reconhecimento dessa mesma ação divina (desfasamento entre presença de Deus na minha vida e o reconhecimento dessa presença). Os sinais de uma boa decisão são os sinais de Ressurreição, cuja leitura que fazemos é que Deus esteve aqui apesar de eu não ter dado conta na altura... Na procura destes sinais, quer os que vêm de dentro de mim quer os que vêm de fora através dos outros (que também me confirmam na minha decisão), há que distinguir consolação sensível (sensitiva) da espiritual (fonte de paz e ocasião de crescimento) bem como distinguir desolação sensível da espiritual. O sentimento não é o critério mas o crescimento (Esta decisão tomada está a abrir-me a Deus? Estou em paz com esta decisão? É uma Paz que concorre para o Amor, Esperança, Caridade?).
Terminámos o dia com um momento de oração individual e depois a celebrar a Missa, agradecendo ao Senhor a vinda do P. Nuno Branco e o modo simples e profundo com que nos falou de discernimento inaciano. Pedimos a graça de usar como chave de leitura para a vida de cada qual o olhar de Deus (sendo esta uma das grandes e boas decisões a tomar!).

Ana Teresa
5ª Semana




06 junho 2016

Faz-me, Senhor, ir mais devagar
Acalma o bater do meu coração
Aquietando a minha mente.
Apazigua os meus passos apressados
Com a visão do alcance eterno do tempo.

Abranda a tensão dos meus nervos e músculos,
Com a música relaxante das melodias
que perduram na minha memória.
Ajuda-me a experimentar o mágico poder
restaurador do sonho.

Ensina-me a arte de tirar pequenas férias:
deter-me para olhar uma flor,
conversar com uma amiga,
acariciar um animal,
ler umas poucas linhas de um bom livro.

Faz-me ir mais devagar, Senhor
e inspira-me a lançar raízes profundas
na terra dos valores perenes da vida
para que assim possa engrandecer o meu destino.

Jill Harris


08 abril 2016


 
Covilhã, 5 de março de 2016

Rezar com Santo Inácio

 
A 5 de março decorreu na paróquia de S. Pedro, Covilhã, o encontro de oração “Rezar com Santo Inácio”, sob a orientação do Pe. Rafael Morão e do noviço Vasco.

Este encontro foi essencialmente repartido por três momentos. No primeiro momento, após a apresentação dos presentes, foi levantada a questão: o que é para ti a oração? Esta foi o ponto de partida para uma reflexão sobre o sentido e a necessidade da oração.

Num segundo momento, o Pe. Rafael Morão fez uma síntese do percurso autobiográfico de Santo Inácio de Loyola, sobre quem foi este homem e o caminho que o levou a querer viver na Companhia de Jesus?

Por último fomos convidados a refletir sobre o sentido de “Oração e Vida”, oração como forma de exercício espiritual diário: como devo levar a minha vida para a oração e de que forma a oração me leva e encontrar Deus na minha vida?

Este encontro foi ainda pontuado por momentos de pausa para reflexão e oração individual e partilhada.

O que é para ti orar? Quando confrontada com esta questão e com alguns possíveis sentidos para a palavra orar, houve um que mais me tocou: “A oração é um tratar de amizade…”, de Santa Teresa de Jesus. Pensei no ato de cuidar, como uma amizade ou um amor que precisa de ser cuidado, que necessita ser alimentado para que viva… Sim, orar é cuidar! No entanto, no decurso desta reflexão partilhada, como que se foi clarificando o sentido do verbo Orar. Orar é maior que cuidar e alimentar, porque orar é colocar-me na presença de Deus, sem limitação temporal. Orar nunca é passado, nem presente, nem futuro, porque este Deus paciente acolhe-me e espera por mim, até que eu vá ao seu encontro. Deus é Aquele que espera, mesmo quando me ausento sem deixar mensagem, sem avisar das minhas ausências. Apenas espera, mesmo quando as minhas rotinas ou as minhas insensíveis e impreteríveis desculpas me levam a não “poder” encontrar-me com Ele…

Agradeço ao Senhor ter-me possibilitado participar neste “Rezar com Santo Inácio”. São precisos estes momentos para nos “abanar por dentro”, para que possamos (re)tomar consciência da grandeza deste Amor misericordioso e infinito de Deus.

Da avaliação final, penso que todos saímos deste encontro mais fortalecidos e determinados a ir mais vezes ao encontro deste Deus que espera. Mais conscientes de que o alimentar desta relação depende da nossa vontade de nos colocarmos na sua presença da forma mais íntima possível, através da Oração.

Um muito Obrigada ao Pe. Rafael Morão e ao Vasco, por tão bem nos terem acolhido, organizado e orientado este dia. 

Por último, gostaria de assinalar que este dia (feliz e indeliberadamente), coincidiu com a jornada de oração e penitência “24 horas para o Senhor”, proposta do Papa Francisco, marcada com momentos de oração e celebrações penitenciais repetidas em todo o mundo.
 
By Ana Quelhas

 

04 abril 2016



Consagração a Nossa Senhora

Ó Senhora minha, ó minha Mãe,
eu me ofereço todo(a) a vós,
e em prova da minha devoção para convosco,
Vos consagro neste dia e para sempre,
os meus olhos, os meus ouvidos,
a minha boca, o meu coração e inteiramente todo o meu ser.
E porque assim sou vosso(a),
ó incomparável Mãe,
guardai-me e defendei-me como propriedade vossa.
Lembrai-vos que vos pertenço, terna Mãe, Senhora nossa.
Ah, guardai-me e defendei-me como coisa própria vossa.

02 abril 2016

Misericórdia

 
 
Muito presente no dia de hoje, Dia Mundial da CVX, a Misericórdia de Deus e a Graça e Dom deste Ano da Misericórdia.
 
 
Este Corpo Apostólico que toma forma e desenvoltura nos rostos, gestos e pessoas que estiveram hoje presentes em Fátima. E a Alegria daqueles que em Comunidade fizeram os seus Compromissos Permanentes.
 
 
Agradecer!

20 março 2016


Naquele tempo, Jesus seguia à frente dos seus discípulos, subindo para Jerusalém. Quando Se aproximou de Betfagé e de Betânia, perto do monte das Oliveiras, enviou dois discípulos e disse-lhes: «Ide à povoação que está em frente e, ao entrardes nela, encontrareis um jumentinho preso, que ainda ninguém montou. Soltai-o e trazei-o. Se alguém perguntar porque o soltais, respondereis: ‘O Senhor precisa dele’». Os enviados partiram e encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito. Quando estavam a soltar o jumentinho, os donos perguntaram: «Porque soltais o jumentinho?». Eles responderam: «O Senhor precisa dele».
Então levaram-no a Jesus e, lançando as capas sobre o jumentinho, fizeram montar Jesus. Enquanto Jesus caminhava, o povo estendia as suas capas no caminho. Estando já próximo da descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos começou a louvar alegremente a Deus em alta voz por todos os milagres que tinham visto, dizendo: «Bendito o Rei que vem em nome do Senhor. Paz no Céu e glória nas alturas!». Alguns fariseus disseram a Jesus, do meio da multidão: «Mestre, repreende os teus discípulos». Mas Jesus respondeu: «Eu vos digo: se eles se calarem, clamarão as pedras».

04 março 2016

# 24 horas para o Senhor!

A CVX-BI estará a rezar, na Igreja de Santiago - Castelo Branco, às 01horas do dia 05.março.

By Grão de Mostarda
 
 

26 fevereiro 2016

ADORA E CONFIA, Teilhard de Chardin


ADORA E CONFIA

 
Não te inquietes pelas dificuldades da vida,
pelos seus altos e baixos, pelas suas
decepções,
pelo seu porvir mais ou menos sombrio.

Abraça o que Deus quer.
Oferece-lhe por entre inquietudes e dificuldades
o sacrifício da tua alma simples
que, frente ao que quer que seja,
aceita os desígnios da sua providência.

Pouco importa que te consideres um frustrado
se Deus te considera plenamente realizado;
a seu gosto.

Perde-te confiada e cegamente nesse Deus
que te quer para si.
E que chegará até ti, ainda que nunca o vejas.
Pensa que estás nas suas mãos,
tanto mais fortemente acolhido
quanto mais decaído te encontres.

Vive feliz. Suplico-te.
Vive em paz.
Que nada te altere.
Que nada seja capaz de te tirar a paz.
Nem a fadiga psíquica. Nem as tuas faltas morais.

Faz que brote, e conserva sempre sobre o teu rosto,
um doce sorriso, reflexo de que o Senhor
te dirige continuamente.

E no fundo da tua alma coloca, antes de mais nada,
como fonte de energia e critério de verdade,
tudo aquilo que te encha da paz de Deus.

Recorda: tudo quanto te reprima e inquiete é falso.
Asseguro-te em nome das leis da vida
e das promessas de Deus.

Por isso, quando te sentires angustiado, triste...,

Adora e Confia! 



Pe. Teilhard de Chardin

13 fevereiro 2016

"Preciso de amigos, antes de mais, para conhecer-me a mim mesmo."


Amizade

 
[] Jesus ensina-me e ilumina-me às vezes por si mesmo na profundidade da minha mente e, normalmente, através dos livros que leio e das pessoas que consulto. Deus atua através dos homens e assim acontece quando se trata da amizade e do amor, que é o que mais interessa na vida. Deus ama através dos homens. Jesus, o meu melhor amigo, faz-me sentir e viver o seu amor através dos homens e mulheres que pôs à minha volta, na minha família, na minha vida, no grupo religioso onde decorre o meu trabalho, a minha oração e a minha esperança ao longo de toda a minha vida. Jesus é o meu melhor amigo, e necessito de outros amigos ao meu lado que me façam sentir, expressar e viver com eles essa amizade suprema, que dá sentido a todas as outras.

 
Preciso de amigos, antes de mais, para conhecer-me a mim mesmo. O conhecimento próprio é o ponto de partida e a condição essencial de toda a procura espiritual, humana ou divina, e é um paradoxo ineludível que o conhecimento próprio não se pode adquiri a sós. Necessito de um espelho para ver o meu rosto. Necessito de um amigo para ver a minha alma; necessito da sua presença, da sua paciência, da sua intuição, das suas reações, do seu amor, para que reflitam os rasgos da minha alma, me iluminem a mim e ao meu próprio modo de ser, me revelem a mim, perante mim. O melhor do meu ser manifesta-se na amizade; a minha alegria, o meu humor, a minha ternura, a minha astúcia, o meu interesse pelos outros e a coragem para ser eu mesmo, tudo isso floresce de maneira espontânea e irreprimível quando me encontro na presença de um amigo que amo. Ele faz brotar as minhas melhores qualidades e dá-me o reflexo delas nesse quadro elogioso da minha melhor essência, revelado no seu amor por mim, na sua alegria em ver-me, na sua aceitação total de tudo o que sou tal como sou, do que às vezes me diz diretamente, de como me vê e como interpreta o que digo e o que faço. Um amigo fiel ao nosso lado, é a melhor ajuda para se conhecer a si mesmo sem véus que nos encubram e sem medo. []

 

In Carlos G. Vallés s.j. [1986]. Vivendo juntos. Braga: Livraria A.I.: 37-38.