A nossa Comunidade é formada por cristãos: homens e mulheres, adultos e jovens, de todas as condições sociais que desejam seguir Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele na construção do Reino, e reconheceram na CVX a sua particular vocação na Igreja (PG4)
29 novembro 2015
26 novembro 2015
22 novembro 2015
19 novembro 2015
18 novembro 2015
16 novembro 2015
11 novembro 2015
Que fizemos nós da Alegria?
Mas o que é a alegria? A alegria é expansão pessoalíssima e profunda. Não há duas alegrias iguais, como não há duas lágrimas ou dois prantos iguais. A alegria é uma gramática singular. Por um lado, tem uma expressão física, mas, por outro, conserva uma natureza evidentemente espiritual. Não se reduz a uma forma de bem-estar ou a um conforto emocional, embora se possa traduzir também dessas maneiras. A alegria é uma revelação da vida profunda. É abrir uma porta, um caminho, um corredor para a passagem do Espírito.
No espaço teológico e eclesial, infelizmente, a alegria tornou-se um motivo tratado com alguma parcimónia. Falamos pouco do Evangelho da Alegria e, entre tudo aquilo que assumimos como dever, como tarefa, raramente ele está. O dever da alegria, estarmos quotidianamente hipotecados à alegria, enviados em nome da alegria, não nos é tantas vezes recordado quanto devia. As nossas liturgias, pregações, catequeses e pastorais abordam a alegria quase com pudor.
Isto para dizer que a alegria tornou-se um tópico mais ou menos marginal, uma espécie de subtema e, por vezes, até uma espécie de interdito. Nietzsche dizia que o cristianismo seria mais credível se os cristãos parecessem alegres. Que fizemos nós do Evangelho da Alegria?
Definimo-nos culturalmente como homo faber, homem artesão, fabricante, aquele que se realiza na própria ação. E distanciamos da nossa própria vida o horizonte do homo festivus, isto é, o que é capaz de celebrar, aquele que conduz a criação à sua plenitude.
A alegria nasce do acolhimento. Nasce quando aceitamos construir a vida numa cultura de hospitalidade. Há um filme de Ingmar Bergman em que uma personagem é uma rapariga anoréxica - e sabemos como a anorexia é uma forma de desistir da própria vida, de desinvestir afetivamente. A rapariga vai falar com um médico e ele diz-lhe isto, que também vale para todos nós: "Olha há só um remédio para ti, só vejo um caminho: em cada dia deixa-te tocar por alguém ou por alguma coisa". A alegria é esta hospitalidade.
Pe. Tolentino Mendonça, Editorial da Agência Ecclesia
06 novembro 2015
03 novembro 2015
01 novembro 2015
A santidade é-nos dada todos os dias como possibilidade
«Hoje é dia de todos os santos:
dos que têm auréola e dos que não foram canonizados.
Dia de todos os santos: daqueles que viveram, serenos
e brandos, sem darem nas vistas e que no fim
dos tempos hão de seguir o Cordeiro.
Hoje é dia de todos os Santos: santos barbeiros e santos cozinheiros,
jogadores de football e porque não?
comerciantes, mercadores, caldeireiros e arrumadores (porque não arrumadoras?
se até é mais frequente que sejam elas a encaminhar o espectador?)
Ao longo dos séculos, no silêncio da noite e
à claridade do dia foram tuas testemunhas;
disseram sim/sim e não/não;
gastaram palavras, poucas, em rodeios, divagações.
Foram teus imitadores e na transparência dos seus gestos
a Tua imagem se divisava.
Empreendedores e bravos ou tímidos e mansos, traziam-te no coração,
Olharam o mundo com amor e os homens como irmãos.
Do chão que pisavam rebentava
a esperança de um futuro de justiça e de salvação
e o seu presente era já quase só amor.
Cortejo inumerável de homens e mulheres que Te
seguiram e contigo conviveram, de modo admirável:
com os que tinham fome partilharam o seu pão
olharam compadecidos as dores do
mundo e sofreram perseguição por causa da Justiça
Foram limpos de coração e por isso
dos seus olhos jorrou pureza e dos seus lábios
brotaram palavras de consolação.
Amaram-Te e amaram o mundo.
Cantaram os teus louvores e a beleza da Criação.
E choraram as dores dos que desesperam.
Tiveram gestos de indignação e palavras proféticas
que rasgavam horizontes límpidos.
Estes são os que seguem o Cordeiro
porque te conheceram e reconheceram e de ti receberam
o dom de anunciar ao mundo a justiça e a salvação»
Maria de Lourdes Belchior
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