A nossa Comunidade é formada por cristãos: homens e mulheres, adultos e jovens, de todas as condições sociais que desejam seguir Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele na construção do Reino, e reconheceram na CVX a sua particular vocação na Igreja (PG4)

26 novembro 2018

CresSer

Sábado, dia 17 de novembro, foi dia de CresSer em CVX .
O dia começou cedo para quem é de longe, mas foi com muita paz e alegria que todos nós chegámos a Viseu para o 1º encontro entre a CVX-BL e a CVX-BI.

Começámos com um período de acolhimento que nos preparou para a Eucaristia, que de forma tão familiar nos deu o ponto de partida ao curso de aprofundamento à CVX.
Tivemos da parte da manhã dois momentos distintos, dinamizados pela Isabel Silva que nos falou da “CVX – A sua identidade específica e história” e pelo P. Sérgio Nunes, sj que nos falou da “Dinâmica interna dos Exercícios Espirituais”.

Por necessidade de cumprir o horário do almoço de forma a não “atrapalhar” o serviço da cozinha, decidiu-se passar para o início da tarde a abordagem dos “Princípios Gerais – um fio condutor” pela Manuela Gorgel. Esta partilha de saberes teve de seguida um trabalho de grupo, em que nos foi proposto identificar as ideias chave dos Princípios Gerais (um Princípio Geral por cada um dos cinco grupos) e dessas ideias chave destacar a, que considerava o grupo, mais significativa, com posterior partilha, em plenário, ao grande grupo.
Aqui, a tarde já ia longa … a hora de regresso a casa estava a aproximar-se a passos largos e, tivemos mesmo de deixar a parte final do programa previsto por cumprir na totalidade. 

No entanto, em jeito de avaliação, fomos todos unânimes em considerar um dia em cheio, um dia em que esteve bem presente que o campo da CVX não conhece limites.
Mas não foi só trabalho e reflexão!!! Tivemos alguns, e bons, momentos de pausa que nos permitiu partilhar e conviver à mesa e não só … E ficou a promessa: para o ano há mais CresCer em CVX, com a sugestão de serem menos temas a trabalhar, para se poder dedicar mais tempo a cada um.

Foram muitos os que contribuíram para este dia tão gratificante e, a todos os que contribuíram para este dia e à organização, em especial, o meu Bem Haja, pelo acolhimento tão caloroso e por tanto que aprendi.
Guida Dias
Novo Grupo CVX-BI



O que foi o CresSer para Miguel Cunha

Para quem já se encontrava afastado da vida religiosa, o caminho de procura e de aproximação ao Senhor é solitário. Pelo menos parece ser. É um dualismo entre cada um e Deus.
Participar no CresSer, bem como em outras actividades da CVX, fez-me sentir que o caminho não é solitário. Há outros que, tal como nós, procuram crescer e amadurecer a sua Fé.
O que senti foi o agradável conforto de encontrar nos elementos da CVX a serenidade e felicidade de quem sabe que, não conseguindo ver o invisível, consegue estar com esse invisível.


15 novembro 2018

Palavras Com Ritmo, V


«Caríssimos jovens!

É-me grato anunciar-vos que em outubro de 2018 se celebrará o Sínodo dos Bispos sobre o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Eu quis que vós estivésseis no centro da atenção, porque vos trago no coração.»


(1) “O Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará tudo e recordará tudo o que Eu lhes disse”.
O Papa Francisco iniciou assim a homilia da Santa Missa, por ocasião da inauguração do Sínodo dos Bispos, que se realizou no Vaticano de 3 a 28 de outubro, com um trecho do Evangelho de S. João. Procurou transmitir na abertura do Sínodo que a Esperança, os Sonhos e a Alegria resultam daquele que se deixa moldar pelo ES.

Como dentro da comunidade paroquial que assiste, P. Luís, consegue sensibilizar para o ES que move e molda nesta situação de Sínodo sobre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”?

Seria demasiado pessimista dizer que que não, que as comunidades não têm essa perceção do trabalho e da força do Espírito Santo a agir naqueles que se dispõem a refletir e trabalhar uma situação tão urgente para a Igreja, como o é a questão dos jovens.
Porém talvez uma porção significativa dos cristãos possa pensar que toda esta questão passará muito por estratégia humana e de redescoberta de dinamismo para “convencer” os jovens a ocuparem o seu lugar na Igreja, a fim de que ela, como Instituição transmita um espírito mais alegre e jovial.
Mas, aquilo que aqui se coloca, precisamente, é o dinamismo entre as capacidades humanas e a ação de Deus na tarefa evangelizadora que nos foi confiada desde sempre: “ide e fazei discípulos” e “eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. É nesta dialética que a Igreja sempre se deve colocar, traduzida numa linguagem inaciana é o “faz tudo como se dependesse só de ti, sabendo que tudo depende só de Deus”.
Daí ser tão necessário e urgente colocar este motivo para a oração da comunidade. É fundamental pedir às nossas comunidades para que rezem ao Espírito capaz de penetrar a força humana e retirá-la de um autossuficiência que não deixe que esse mesmo espírito possa agir.

(2) “… começamos um novo encontro eclesial, capaz de ampliar os horizontes, dilatar os corações e transformar as estruturas, que hoje nos paralisam, dividem e afastam dos jovens…” PP Francisco

Como viver e dar vida nova à Igreja Paroquial para que haja um recomeço?
Exemplos concretos.

Todo o recomeço tem em si duas grandes exigências: a primeira aprender como passado, o que dele foi francamente positivo e o que é necessário purificar para que não se assuma como fantasma do presente, e a segunda a capacidade de acionar o “START” de um novo tempo, de novas propostas, feitas como uma nova linguagem e fundadas num Evangelho que é sempre novo.
É claro que toda esta exigência só poderá ser realizada com grande disponibilidade interior para a mudança e a renovação, com grande vontade de alcançar uma criatividade que possa quebrar padrões e preconceitos.
Referindo-me ao primeiro ponto, concretamente, creio que não podemos apagar ou simplesmente colocar à margem todo o trabalho que a Igreja realizou e realiza com os jovens. No entanto, é necessário reanimar aquela força de quem sabe estar atento a cada um e não ao número, às “massas”. Para isso, e tanto como o exortou o Sínodo, é necessário o acompanhamento, a presença e disponibilidade de estar nos seus ambientes e escutar entendendo as suas realidades e dilemas. Contrariamente a uma ideia de querer que sejam eles “a vir” para nos ouvirem. Só nesta proximidade se pode cada um sentir amado e verdadeiro filho.
Já o segundo ponto, que aponta para a novidade e a criatividade, é urgente uma readaptação da Igreja ao melhor que a cultura atual, particularmente digital, possa ter. É preciso passar da desconfiança à verdadeira dimensão da presença do mundo juvenil nesse “mundo virtual” que é cada vez mais a sua realidade. Isso exige criatividade, exige desenvolver conteúdos, exige um trabalho sério e de grande dedicação e investimento.

(3) O bispo de Dolisie (República do Congo) disse que o Sínodo era "uma espécie de lançamento em órbita".

Como é que todos nós nos fomos esquecendo do funcionamento harmonioso e em dinâmica fluída do Universo?
Que atitudes e comportamentos nos levaram a um Universo pesado, pouco dinâmico e de luta de poderes?

Respondendo à primeira questão, creio que o nosso tempo se revela pelo seu desmesurado “alter ego”, que coloca cada pessoa como o centro gravitacional de todo o universo. Esse perigo tem-se manifestado também na Igreja. A diversidade de movimentos e carismas, tão positiva e sinal da riqueza de uma Igreja aberta ao Espírito, tem se tornado, também, motivo de divisão e de dedicação de esforços compartimentados, como que se cada um se preocupasse só com o que é seu esquecendo a missão de trabalhar para o “Corpo”. Quando assim acontece, acontece também uma certa “luta de poderes” e de ideais que colocam Jesus Cristo e o seu Reino bem mais longe do que realmente Ele está. Quando um movimento ou carisma se fecha em si mesmo não só se coloca em causa a si mesmo como a própria Igreja.
Continuo a resposta à segunda parte da questão como a mesma convição de que a “supremacia do eu” por parte de alguns líderes fragmentam a ação evangelizadora a que a Igreja está sempre chamada. Talvez o “populismo” também se instale na comunidade dos crentes e isso fez esquecer a fraternidade e a comunhão a que a Igreja está chamada e é principio fundante da sua existência.

(4) O cardeal Tagle disse: "No meu Círculo Menor percebemos que a força da sabedoria que vem das mulheres deve ser ouvida.”

Como se pode, na Igreja local, dar Sentido à sabedoria das mulheres e dignificar a sua inteligência, criatividade e sensibilidade? Exemplos concretos.

Eu sou daqueles que creio que as mulheres nunca poderão ser subestimadas seja em que ação for. O seu papel, a sua sensibilidade e capacidade, a sua docilidade e fortaleza são demasiado preciosas para que possam ser desvalorizadas. É certo que, enquanto herança do passado, o seu contributo tenha sido apagado pelo legado “judaico- cristão”. Mas, e para além de qualquer ideologia do género e longe da discussão do sacerdócio feminino, a verdade é que a mulher tem um lugar na hierarquia da Igreja, na hierarquia do ensinamento, do acompanhamento, da orientação e do governo e isso é francamente positivo para que muitos preconceitos e das barreiras existentes possam desaparecer.

(5) Como ser uma Igreja de todos e para todos? 
Tendo consciência de que os jovens estão sedentos de ser acolhidos, escutados e não julgados.

Esse é de certeza o sonho do Papa Francisco, porque é o desejo de Deus. Aliás, Jesus não veio fazer mais do que isso: trazer-nos a certeza de que seja qual for a nossa condição Deus ama. O “primeiro anúncio” da mensagem cristã sempre se fixou na certeza máxima de que “Cristo ama-te e entregou-se por ti”. Isso é mais do que suficiente para poder transmitir esse desejo de um Deus sedento dos homens.
A linguagem da Igreja é que se tem multiplicado em conceitos e princípios doutrinários que nos tem feito esquecer tudo isto. Logo, no início do seu pontificado o Papa Francisco pediu-nos que “descomplicássemos” a nossa doutrina, a fim de que todos pudéssemos chegar a ela com facilidade e motivação. Claro que tanto mais isso se aplica aos jovens, que não buscam conceitos complicados de uma fé que para eles é suficientemente complexa na descoberta da “graça” que lhes parece tão próxima, mas que pela complexidade dos conceitos é colocada lá tão longe.
Uma Igreja de todos e para todos é a Igreja que abre os braços a Zaqueu, que se curva para escrever na areia ao lado da pecadora, que se senta à mesa com os publicanos e que entende quem sofre o divórcio, quem se define homossexual ou então não encontra oportunidades para ser feliz onde se encontra.
Claro que há uma doutrina que não se pode subestimar e apagar; há um respeito para com a tradição e a própria instituição canónica, mas é urgente dispormo-nos a formar consciências não a julgá-las.

(6) “O percurso de 6 Km percorridos nesta quinta-feira (25 de outubro) pelos Padres Sinodais e jovens auditores que participam da assembleia dos bispos no Vaticano faz parte da Via Francigena, mas acabou sendo rebatizada. Dom Vilsom Basso, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, que caminhou junto ao grupo, descreveu a peregrinação espiritual feita até o túmulo de São Pedro, na Cidade Eterna, como os passos percorridos pelos discípulos de Emaús até encontrar Jesus.”

Como podemos através da arte do Encontro trazer aos jovens e aos mais velhos, Religiosos e Leigos, um desejo de peregrinar e permitir-se a uma Interioridade que nos conduz para o Outro e nos realiza no Outro? 
Exemplos concretos.

Eu creio que este paradigma de Emaús é de fato o caminho da Igreja. O Sínodo gritou-o por diversas vezes e todos conseguimos perceber que o ACOMPANHAMENTO é a chave de toda a acção da Igreja neste momento concreto. A Igreja precisa de conhecer e chamar cada um pelo nome próprio, não pode querer desejar as massas, não pode voltar a sonhar com o “cesaropapismo”, tem de descer do trono, sujar os pés e as mãos para entender que essa é a sua missão no mundo. Recordo frequentemente as palavras do Papa Francisco na primeira eucaristia a que presidiu logo após a sua eleição: “a Igreja é um caminho que se faz sempre debaixo da luz de Deus, que confessa Jesus Cristo como Senhor e que por isso propõe a Cruz como companheira desse caminho”.
Quando nos propomos a trilhar este caminho juntos, em plena comunhão, respeitando o ritmo de cada um, a diversidade de carismas e multiplicidade de expressões são a grande mais valia para uma Igreja de todos.
Quanto a ações concretas a primeira delas passará sempre pelo diálogo motivado pelas preocupações comuns, o traçar de estratégias comuns e a centralização de energias para descobrir o sentido daquilo que Cristo espera desta Igreja, porque assim ela é acompanhada pelo Paráclito.

(7) Agradecendo a disponibilidade, o acolhimento e o compromisso em responder a todas as perguntas lançadas, que Graça a Pedir partilha connosco neste tempo próprio para continuar o caminho em todas as partes da terra onde o Senhor Jesus nos envia, a todos, como discípulos missionários, a ser o presente e o futuro mais luminoso?

A graça a pedir que deixo como desafio é a de que nenhum cristão se sinta fora desta missão de trabalhar e dar de si para que a Igreja se consiga renovar e mostrar a beleza que a deve caracterizar. Se cada um de nós se empenhar nesta tarefa será o nosso rosto, o nosso testemunho a imagem de Cristo a chamar e a desafiar, nas muitas margens do Lago da Galileia que estão pelo mundo.

[Agradeço ao P. Luís Pardal o seu acolhimento, alegria e disponibilidade em partilhar o seu sentir nesta iniciativa.]



Unidos no Senhor,

By Sofia Preto
CVX-BI


15 outubro 2018

Palavras Com Ritmo, IV


Rui tem 43 anos, é casado e é pai de três filhos. Nasceu na Covilhã, onde vive e trabalha como professor universitário. Entrou em CVX em 2003, tendo feito o curso de animadores em 2005. Foi animador do grupo G.A.N.T. (2007-2008). Fez parte da equipa regional CVX-BI (2006-2008) tendo sido Presidente da CVX-BI (2009-2010). Fez o compromisso temporário em 2009. Participou na Assembleia Nacional 2010. Fez parte da equipa de serviço da ‘Vinde e Descansai’ (Semana Férias CVX-BI, 2016-2018) e recentemente foi delegado CVX.P à Assembleia Mundial CVX 2018. Atualmente é membro do grupo “5ªSemana” (CVX.BI) e faz parte da Equipa de Formação CVX-P.



“CVX, um Dom para a Igreja e para o Mundo”


(1) A Assembleia Mundial teve lugar em julho de 2018 em Buenos Aires.
Como foi o acolher da proposta como delegado na AM2018?
Podemos dizer que se foi preparando para "fazer-se sensível aos sinais dos tempos e aos movimentos do Espírito Santo" (PG6)?

A possibilidade de ser delegado à AM surgiu de forma ocasional. Uma sucessão de acontecimentos despertaram em mim a possibilidade de ser nomeado, traduzidos num desejo de maior serviço à CVX, e em aprofundar este caminho vocacional particular. Foi também num ano em que me disponibilizei a fazer parte da equipa de formação. E desse modo poder eventualmente participar na AM também era uma resposta da minha disponibilidade ao chamamento referido anteriormente.
Depois de saber que efetivamente seria um dos delegados, senti uma grande gratidão e alegria pela confiança deste envio da comunidade nacional. Confiança que também pedi ao Senhor de modo a sossegar o temor da responsabilidade, do desconhecido e de todas as inseguranças de ir até ao “fim do mundo”.

(2) Contextualizando com a celebração do 50º aniversário da CVX desde a sua renovação em 1967 (Dar Graças) e percebendo que procura cooperar com o Espírito Santo, como foi construída e rezada a partilha (expressando sempre um modo novo de olhar o tempo e as diversas situações) que fizeram ao longo desses 10 dias de AM?

A preparação da AM foi feita essencialmente a partir da leitura e oração dos documentos preparatórios (a convocatória propriamente dita, e os Projects 168 e 169). Ainda houve oportunidade para numa Assembleia de Responsáveis os delegados poderem ser “empapados” com os frutos da oração das diferentes comunidades regionais, precisamente sobre os dons recebidos ao longo da nossa história CVX, e o modo como os podemos comunicar à Igreja e ao Mundo, atualizando o carisma CVX nos dias de hoje.
Diga-se que o tema e a graça a pedir nesta AM vinham ao encontro das graças recebidas da última Assembleia Nacional cujas moções apontavam para a necessidade dum maior crescimento e compromisso de sermos CVX. Em certa medida, por orientação do Espírito Santo, a preparação da AM já estava a ser feita.

(3) O papado do Papa Francisco convida-nos a uma nova visão, profundidade e experiência do catolicismo contemporâneo, o qual pede uma verdadeira conversão da forma como nós, a Igreja, estamos presentes para nós mesmos e para o mundo.
Em AM foi sentido, vivido e frutuoso este convite? 
Exemplos concretos.

A AM viveu muito inspirada pela presença do Papa Francisco. Desde logo a escolha da Buenos Aires e do local, Colégio Máximo S.José, onde o P. Jorge Bergoglio foi aluno, professor e reitor  teve um sentido especial para todos os delegados. Depois as palavras de saudação que o Papa nos dirigiu onde nos convidou a darmos graças pelos dons recebidos e nos exortou a aprofundar o nosso desejo em sermos contemplativos em ação.
Todavia, penso que foi sobretudo a visão de uma Igreja evangelizadora, missionária e próxima, que o Papa Francisco nos tem convidado a aceitar e a transformar, que marcou profundamente os delegados da AM. Fomos agraciados com a presença de Austen Ivereigh, biógrafo do Papa, que precisamente nos ajudou a refletir nesta nova visão de Igreja, fruto de uma experiencia vivencial e de discernimento da Igreja da América Latina. E tivemos também a graça duma experiência concreta de igreja missionaria através do encontro com famílias e jovens da comunidade paroquial São José do Barrio San Miguel, onde pudemos vivenciar um pouco daquilo que o Papa Francisco sonha para a Igreja: acolhimento, partilha, misericórdia, reconciliação, alegria e Vida.

(4) “… este reconhecimento do dom e da graça que o Senhor vos concedeu nestes anos… deve levar-vos a uma humilde ação de graças, porque Jesus olhou para vós além das vossas qualidades e virtudes. Mas, ao mesmo tempo, pressupõe uma chamada à responsabilidade, a sair de vós mesmos e a ir ao encontro dos outros, para os nutrir com o único pão capaz de saciar o coração humano: o amor de Cristo. Que a “ilusão agnóstica” não vos desoriente!”
In MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO AO PRESIDENTE DO CONSELHO EXECUTIVO DA COMUNIDADE DE VIDA CRISTÃ POR OCASIÃO DA XVII ASSEMBLEIA MUNDIAL
Para agradecer, cair na conta de tanto bem recebido e valorizar os momentos que nos fazem avançar como Comunidade em Crescimento e Amadurecimento, que momentos fortes pode partilhar connosco?

A experiência da AM veio confirmar que quando somos verdadeiramente guiados pelo Espírito Santo o caminho é possível, apesar das diferenças, dificuldades e resistências. O ambiente típico de uma Assembleia (mesas e cadeiras em filas uns atrás dos outros) foi substituído por uma Comunidade que centrados em Deus e no Mundo, procurava aprofundar o que é isto de ser CVX, aqui e agora. A tenda onde nos reuníamos, passou a ser a tenda que Deus montou entre nós e habitou connosco naqueles dias, e juntos, guiados por Ele pudemos experimentar os frutos de uma única e verdadeira Comunidade Mundial, amigos no Senhor. Essa vivência foi possível pelo processo de discernimento comunitário que todos os delegados foram convidados a fazer, e desse modo deixámos de certa forma os nossos voluntarismos, méritos, obsessões e agendas pré-estabelecidas, para nos confiarmos ao Senhor, o verdadeiro anfitrião da AM.
Desta experiência destaco dois momentos fortes:

- Contemplação da nossa história de Graça.  Orientados pela Magdalena Palencia (México) e rezando a nossa fita temporal (desde a transição das Congregações Marianas até à AM Libano’2013), a história tornou-se vida, e vida com tanta riqueza, com tantas graças, mas também com crises e dores, próprias do amadurecimento. A CVX é verdadeiramente um dom de Deus e Deus tem guiado a CVX. 

- O perdão e a reconciliação. Os delegados foram convidados a rezar as paralesias e as sombras da CVX. Fomos chamados a um ato de humildade em reconhecer e partilhar as nossas infidelidades a este caminho em Igreja. Fomos chamados a reconciliar-nos com o olhar misericordioso de Deus que nos lembrou que, sem Ele e sem os outros, facilmente nos transformamos em estátuas sem vida. Foi também um momento de grande unidade e de compaixão uns pelos outros.

(5) Os delegados foram convidados a fazer parte de um processo formal de discernimento comunitário enraizado nos Exercícios Espirituais através da partilha espiritual.
O Senhor que convida ao Corpo, Corpo Apostólico, como foi a experiência: diferentes línguas, 204 delegados de a 63 das 67 comunidades afiliadas. 
Conte-nos, por favor.

O processo de discernimento comunitário foi a grande experiência que os delegados foram convidados a viver nesta AM. Tendo presente o caminho realizado ao longo destes 50 anos CVX, o convite de conversão da Igreja proposto pelo Papa Francisco e a realidade do nosso mundo de hoje (em que somos desafiados como leigos a assumir a realização do Vaticano II), a AM foi preparada para que em clima de discernimento, a CVX  confirmasse a sua identidade, vocação e missão.  
Tivemos a ajuda de uma equipa do ESDAC (Exercices Spirituels pour un Discernement  Apostolique Communautair) que nos guiou através da oração pessoal, da partilha em pequeno grupo e em plenário. Esta dinâmica muito conhecida da CVX, teve como principal desafio o exercício da denominada “2ª ronda”. Por vezes, nas nossas comunidades locais ainda há dificuldades em entender o que é a “2ªronda”, e por vezes o modo como é realizada não cumpre com o objetivo da mesma, considerando o discernimento comunitário. Na AM os delegados no seu pequeno grupo foram convidados a exercitar precisamente esta 2ª ronda. Foi pedido que após a 1ª ronda, da partilha objetiva dos frutos da oração pessoal, os delegados se descentrassem das suas partilhas e estivessem sensíveis às moções geradas pela escuta atenta das partilhas dos outros, de modo a serem guiados pelo Espírito no processo de discernimento, concretizado através de 1 frase curta e objetiva, ou 2 a 3 palavras, que seriam partilhadas depois em plenário. Em plenário (onde tínhamos a partilha de cerca de 30 grupos), mantinha-se esta atitude de quem procura estar atento aos sinais de Deus, buscar a Sua Vontade, e não tanto querer ser protagonista ou líder.
Foi uma experiência muito enriquecedora, e como referi anteriormente marcou o ambiente da assembleia, de forma que as próprias decisões e eleições decorreram com grande serenidade e comunhão. Além disso, resultante deste processo de discernimento, pode-se dizer que o Espírito confirmou a identidade CVX como comunidade laical inaciana e apostólica, e desafia a CVX a cuidar melhor deste dom de vida em Igreja, a partilhar a riqueza dos métodos e ferramentas inacianas, e a ir ao encontro dos outros para gerar vida.    

(6) Agradecendo a disponibilidade, o acolhimento e o compromisso em responder a todas as perguntas lançadas, que Graça a Pedir partilha connosco neste tempo próprio para regressar a Portugal (CVX-P) e ao gozo íntimo da vivência da AM.

Para que possamos em Comunidade CVX sentirmo-nos chamados e animados a aprofundar a nossa identidade, a partilhar humildemente o dom da espiritualidade inaciana e a sair para servir os mais necessitados a fim de seguir a Jesus mais de perto e trabalhar com Ele na construção do reino.

Unidos no Senhor,

By Sofia Preto
CVX-BI



11 outubro 2018

Ecos e desafios da Assembleia Mundial CVX


“O fruto é a experiência do processo”



A CVX-Beira Interior foi convidada pela CVX-Além Tejo a estar presente no dia de arranque das suas atividades, que aconteceu em Évora (Valbom), no passado dia 30 de setembro. Teve como pano de fundo os ecos e desafios emanados da Assembleia Mundial (AM), que tinha decorrido na Argentina, em julho último. Os referidos ecos e desafios foram naturalmente trazidos por quem tinha experienciado na primeira pessoa aquele encontro mundial: o Rui Brás, da nossa CVX-BI, que foi delegado à AM 2018 e o P. Hermínio Rico, Vice-Assistente Mundial da CVX.
O Rui apresentou o seu testemunho deixando transparecer a gratidão por tanto bem recebido na qualidade de delegado, sublinhando como o mais marcante na Assembleia a graça de ali se ter vivido uma experiência profunda de discernimento, individual e comunitário. E de facto, somos uma comunidade inaciana, o nosso Carisma CVX enfatiza o pilar da espiritualidade, cristocêntrica, considerando os Exercícios Espirituais de Santo Inácio como instrumento específico e reconhecendo-se como particular necessidade a oração e o discernimento. Foi esta a proposta para a restante agenda do dia, a de experienciarmos, à luz do que aconteceu nos trabalhos da Assembleia Mundial, momentos de discernimento pessoal e comunitário!
Partindo dos frutos da Assembleia foi-nos pedido que rezássemos e discerníssemos, em tempo de recomeço de um novo ano CVX, o que nos era pedido como membros deste corpo. E este desafio aconteceu depois de um enquadramento do P. Hermínio sobre o caminho de 50 anos da CVX e o modo como foi discernida, desenhada e lançada esta Assembleia, como oportunidade de rezar o desejo de um maior aprofundamento e integração na vivência do nosso Carisma CVX no mundo de hoje. Assim, depois de um tempo de oração individual passámos para os pequenos grupos onde deveríamos pôr em prática o discernimento comunitário. Pudemos constatar as dificuldades e os obstáculos que ainda suscitam em nós este “processo”, o do discernimento, que supostamente deve ser a base do nosso modo de ser CVX, na partilha de vida rezada nas nossas reuniões, no tempo de oração pessoal no nosso quotidiano…
O P. Hermínio acolheu as nossas dúvidas sentidas naquela tarde no desenrolar do processo de discernimento comunitário repetindo uma frase que ainda hoje ecoa em mim: O fruto é a experiência do processo. Veio-me à memória o modo semelhante como foram conduzidos os trabalhos na nossa última Assembleia Nacional CVX-P, em 2017 onde também nos foi proposto esta dinâmica de discernimento comunitário, depois da escuta do que eu rezo, uma “2ª ronda” onde importa a escuta do que o grupo reza. Senti-me agradecida por nova oportunidade de crescimento, aprendendo e interiorizando um mais adequado recurso à 2ª ronda que, a meu ver, por diversos motivos nem sempre é compreendida nem realizada da melhor forma nas nossas reuniões CVX… ainda temos muito a crescer…mas o caminho vai sendo construído se nos abrirmos à Graça, aos dons de Deus! Agradeço à CVX Além Tejo o acolhimento à CVX-BI neste dia que foi para mim muito rico por tudo o que aqui fui partilhando e que trago como “regalo”… sobretudo por me sentir confirmada, reconhecendo a CVX como vocação pessoal na Igreja.
Saibamos nós agradecer e valorizar a CVX, este dom para a Igreja e para o mundo, que Deus coloca na nossa vida para nos ajudar a seguir Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele na construção do Reino.
                                                                                          
By Ana Teresa, Quinta Semana
                                                                                                                                                                                                                                                                           



07 outubro 2018

Covilhã, um lugar de bênção no meu percurso de seguimento do Senhor


The Road to Emmaus por Daniel Bonnell

"A Covilhã é para mim neste momento a Galileia, a Terra Santa, onde o Senhor com a Cruz às costas me precede e se faz encontrado, onde me convida a segui-Lo e a servi-Lo em cada uma das pessoas que em cada dia colocará no meu caminho."

Sérgio Diz Nunes, sj


Gabriela, escreveu assim:

No dia 30 de setembro de 2018, o meu querido tio Sérgio, tomou posse como novo Pároco de São Pedro da Covilhã, numa cerimónia presidida pelo Senhor Bispo da Guarda.

Tocou-me especialmente a sua reflexão final, na missa, onde agradeceu a nova missão, a “calorosa recepção beirã” que teve e alegria por ter sido chamado a servir o Senhor nesta comunidade.

Durante o almoço, comprovei a importância e a força dessa comunidade. Fomos muito bem recebidos, com alegria e amizade, como se fôssemos da casa. Fui abordada por várias pessoas que agradeciam pela chegada do meu tio, e senti-me pequenina no meio de tanto amor e gratidão.

Foi, sem dúvida, um dia para festejar e agradecer.

By Gabriela Botelho

04 outubro 2018

Comunhão Cristã, Abertura CVX-BI

Este ano tive a enorme alegria de estar presente no encontro de início do ano da Comunidade CVX da Beira Interior (BI).
O dia iniciou com uma Eucaristia, celebrada pela comunidade CVX da BI com a Comunidade da Paróquia de São Tiago, na Covilhã. Uma celebração na qual a Sofia e o António fizeram os seus compromissos temporários, num testemunho cheio de empenhamento e emoção, expresso com enorme beleza entre a concentração formal de um e as lágrimas do outro em discreta humildade cristã.
A consolação da Eucaristia e dos compromissos que tive o privilégio de testemunhar, continuou a ser ‘alimentada’ no almoço partilhado que se seguiu. Uma refeição na qual pude viver a comunhão cristã da partilha dos alimentos, numa mesa cheia de ofertas preparadas pelos membros CVX e numa refeição apresentada com beleza, pormenor e cuidado, num acolhimento cheio de Amor, de entrega. A oração de bênção que precedeu o início deste almoço de ‘amigos no Senhor’ teve um significado muito especial para mim.
Seguiu-se o testemunho do Rui Brás, delegado da CVX-Portugal à Assembleia Mundial da CVX (que teve lugar em Buenos Aires, nos últimos dias de Julho passado), que nos encaminhou numa ‘visita guiada’ a cada um dos dias da Assembleia Mundial, em imagens acompanhadas do seu testemunho pessoal, que nos permitiu viver um pouco o caminho percorrido pelos delegados, e conhecer melhor a CVX, na sua universalidade, não apenas através da nossa inteligência, mas também do nosso coração e do nosso entendimento, sublime! Muito obrigada Rui!
E todo este dia foi vivido com a alegria fraterna de quem é filho de Deus, num ambiente de comunidade Cristã, de irmãos no Senhor. Agradeço à comunidade CVX da Beira Interior e dou Graças a Deus pela sua vivência fraterna, que me encheu o coração. 
Bem hajam!
By Isabel Porto
EN CVX_P

21 setembro 2018

MAIS

Carlos nogueira

JUNTO AO CHÃO I CAPELA DO RATO
Lisboa 26 julho / 09 setembro


capela
escória de ferro, ferro, sal, luz,
o som do vento e da água que corre,
bonança


Quero partilhar convosco aquilo que me foi dado viver aquando da visita a esta exposição – JUNTO AO CHÃO na Capela do Rato. Fi-lo acompanhada pela minha filha Clara e por uma amiga, Sílvia. Mas, aquilo que aqui escrevo prende-se com a minha experiência individual, única e de uma interioridade quase escancarada.

Ao entrar na Capela senti um misto de sensações, passámos da luz para a sombra (tudo estava escuro, chão e capela) mas, algures na Capela uma “tábua rasa” vazia mas de Luz. O vazio não mergulhou em mim, mas a Luz levou-me longe e para o mais profundo das vestes da Transfiguração. A Luz plena, inteira e serena no meio físico do escuro e do chão forrado a escória de ferro. 


A caminhada que iniciei foi no total conforto do meu calçado, sentindo a irregularidade dos meus passos e ouvindo os mesmos – passos que se misturavam de forma sonora na escória de ferro. Nas paragens que fiz ao longo do percurso físico da sombra e Luz fui ouvindo o som da água e do vento… envolvem-nos e convidam-nos a outros lugares, cá dentro… mais fundo… às memórias e ao meu património humano… senti que volvi ao útero de minha mãe, a Água Viva e aos batimentos cardíacos, o vento do Sopro da Vida. Regressei à maternidade gerada não criada de Deus Pai que nos desenha no seu coração e nos conhece no mais íntimo do mais íntimo. Avançava e chegada à “tábua rasa”, à Luz… eis o Sal, aquele que dá sabor à Vida. Toquei-lhe, deslizei as minhas mãos por ele e permiti deixar-me salgar pela Luz de Sal que o artista pensou e nos ofereceu como um chegar e um devolver ao quotidiano.

Depois, troquei uma palavras com a Sílvia e resolvi despir-me do conforto do calçado e caminhar… a escória é dura, ríspida, desconfortável… e tanto e tudo tão difícil ou que me leva a tomar consciência das minhas fragilidades… aqui, depois de uns passos… tive a sensação das dores de parto. Nasce para a Vida, nasce para a Luz e voltei ao Sal. Contemplei o seu mistério, tentei perceber que eco criava em mim… o simples, o humilde e o contínuo convite ao Ser.

é preciso ir das coisas que se veêm e não existem
às coisas que existem e não se veêm

SÃO JOÃO DA CRUZ

Sofia Preto
CVX-BI




Há convites que me chegam e não hesito um segundo em aceitar. Assim foi com este convite feito pela Sofia Preto para ir espreitar a instalação "Junto ao Chão", do Carlos Nogueira, que esteve na Capela do Rato de 26 de Julho a 9 de Setembro. "Escutar os próprios passos." Entrar numa capela e escutar os meus passos, pareceu-me logo uma provocação ao espírito e aos sentidos.

Quando chegámos à entrada da capela não sabia quem de nós estava mais curiosa. Duas cortinas cinzentas abriram a porta dos sentidos, como se estivesse a entrar dentro de um espaço que me é familiar e que se tinha transformado num não lugar. Já não era só uma capela, era um espaço de sentir, de curiosidade, de mistério. Numa espécie de antecâmara fui imediatamente impelida a escutar. O som da água ecoava como convite a lembrar-me da minha sede. Essa sede de caminho, de perguntas, de desconhecido, essa sede que me faz ter vontade de encontrar-me com a fonte, uma sede que me chama a percorrer o caminho.

Decidi despojar-me o mais possível deixando a mala e os chinelos à entrada. Queria caminhar leve, descalça, sentir o caminho com toda a sua dimensão. 


O primeiro impacto com as pedras feitas de escória de ferro escuras, frias, angulares, ruidosas, fizeram-me parar, logo ali, no princípio, para me colocar num posição de humildade e aceitação, em que o questionamento foi inevitável. "- Onde estou? Quem sou eu aqui e agora? Para onde quero ir? O que procuro?" 

A luz ténue e sombria adivinhava subtilmente o espaço, o som da água e do vento retinham a minha atenção no que estava fora de mim. Ergui a cabeça e contemplei o que estava por vir. Ao centro encontrava-se um objecto rectangular, desenhado de uma brancura que se destacava pela iluminação precisa. Não conseguia perceber o que era mas estava ali, a convidar-me, a atrair-me a si, a pedir-me para fazer o caminho até ele. Lembrou-me, pela forma que tinha, o sepulcro vazio de Jesus, o que me colocou no papel das mulheres que chegaram à gruta e se depararam com a ausência.

Como metáfora da vida, a cada passo, uma escolha, a cada escolha, uma sensação, a cada sensação um significado. Nenhum passo foi ausente de dor, às vezes colocava os pés em zonas mais difíceis, com pedras maiores e instáveis, obrigando-me a demorar, a encontrar o equilíbrio, a sentir na lentidão a dor a chegar e os impulsos que isso provocava em mim.

Fui ouvindo também os passos dos que estavam ali presentes e percebendo como eram diferentes dos meus. Uns mais rápidos, outros mais ruidosos, outros mais pesados. Percebi que cada um traz uma intenção diferente e isso reflecte-se na forma como caminhamos. Que escolhemos trajectos diferentes para chegar ao mesmo lugar e que todos somos atraídos pela luz, como borboletas.

Ao chegar ao objecto iluminado dei-me conta que a brancura era feita de sal. O sal da vida, a purificação, a limpeza. Toquei-lhe, não resisti. O contraste do branco do sal com a cor da pele das minhas mãos e dos meus pés, o reconhecer-me viva e cada vez mais a certeza de que o caminho é feito de luz e sombra, de vida e morte, de presença e ausência, de Mistério e Fé. 


No caminho de volta para a saída, os meus pés estavam doridos, dormentes e tão silenciosos quanto eu. Quando achava que já não havia nada de novo para sentir, fui surpreendida com a sensação de pisar, ainda descalça, o chão liso das escadas que ligavam à antecâmara e quando saímos para a rua, pude sentir cada passo na calçada como se fosse a primeira vez, com um sentimento de gratidão pelo terreno que piso todos os dias, por ser tão suave que nem reparo nele.
Escutar os próprios passos... sim, agora escuto. 



Sílvia Balancho
Setembro 2018