DETAIL OF "THE NATIVITY" BY ROHDEN FRANZ
VON GEBURT CHRISTI
GAP: Ser berço de Deus Menino para
com humildade o Amar e Dar a conhecer.
Do Oriente veio em
procissão de esperança
O melhor da nossa humanidade.
Os três magos caminharam à luz de uma estrela nova,
Recém-nascida,
Mansa,
Como uma criança.
A procissão faz-se em passos de dança,
E a estrela só
pode ser olhada com olhos puros,
De cristal,
Com alma enternecida,
E coração de natal.
Por isso,
Não a viu Herodes,
Não a viram os guardas,
Não a viram os sábios,
Que arrastavam os olhos por velhos alfarrábios.
Viram-na os magos,
Pegaram nela à mão,
Levaram-na aos lábios,
Deitaram-na no coração.
Vem, Senhor Jesus.
O mundo precisa tanto da tua Luz.
António Couto,
Mesa de Palavras
“Do Oriente veio em
procissão de esperança…”
(1) Coloco-me na cena.
Como é a procissão, como
é o ritmo, onde e como estou?
Dou exemplos concretos.
“E a estrela só pode ser olhada com olhos
puros…”
(2) Como está o olhar que segue a Estrela e que me
conduz ao Deus Menino?
Como é o olhar que me conduz ao convite de Ser rosto de Deus Menino?
Como é o olhar que me conduz ao convite de Ser rosto de Deus Menino?
“Levaram-na aos lábios…”
(3) Cuidadosamente levo a Estrela aos lábios e sinto tudo aquilo que me
transmite – a Alegria interna e imensa.
Neste ano de 2018, como posso de forma pequenina mas concreta e
Alegre Ser voz do Deus que encontra no mais íntimo do meu Ser lugar para
nascer?
“Vem, Senhor Jesus.
O mundo precisa tanto da tua Luz.”
Coloco
na minha oração este gesto acolhedor, mas ao mesmo tempo dilatador de Sua
Luz.
Epifania: Um Deus
ao nosso alcance
A
festa da Epifania tem uma grande importância simbólica para a Igreja. Nas
poucas linhas de um episódio do qual nem sequer se conhecem bem as bases
históricas, descreve-se o símbolo do grande caminho dos povos para o Senhor que
nasceu, um caminho que já está em curso, desde há dois mil anos, e que só
terminará com o encerramento da história humana. Neste caminho, participam
também uma multidão de pessoas aparentemente não cristãs, muitas das quais
estão ligadas a Cristo por aquilo que dá pelo nome técnico de «batismo de desejo»,
outros ainda por aquilo que costuma ser chamado, antes, «batismo de sangue».
Trata-se, portanto, de uma multidão imensa, que ninguém pode contar.
A
importância dada a esta manifestação universal de Cristo também deriva do facto
de que aqui, na revelação feita aos misteriosos Magos, a Igreja relê claramente
outras manifestações de Jesus: a do Batismo no Jordão, e a que foi feita às
multidões da Palestina, mediante a multiplicação dos pães. Jesus apresenta-se,
portanto, como Aquele que pode ser procurado a partir de qualquer condição
humana, por todos aqueles que calcorreiam os caminhos deste mundo.
E
também foi assim que o Santo Padre João Paulo II definiu o meu ministério de
bispo, quando me ordenou solenemente na Basílica de São Pedro, em Roma. Disse
que me conferia «o sacramento do caminho», habilitando-me, assim, a percorrer
com todos os caminhos da vida quotidiana, em busca da estrela, ou seja, dos
sinais do Deus vivo. (...)
A
Igreja tem, certamente, necessidade de bons bispos mas, muito mais do que os
prelados, contam os santos, aqueles que vivem o Batismo numa autêntica relação
com Deus e com os irmãos, em especial com os mais pobres.
Uma
relação semelhante, ou uma rede de relações boas e evangélicas, está presente
em todos aqueles que renunciam a algo de si, que se põem a caminho como os
Magos, fiando-se da ténue mensagem de uma estrela, que não têm medo de momentos
de escuridão e que enfrentam os sacrifícios de um longo caminho para receber o
Menino Jesus dos braços da Mãe. Estou certo que todos aqueles que empreendem,
resolutos, essa caminhada, receberão o cêntuplo nesta vida, bem como a vida
eterna.
Card. Carlo Maria Martini
In Tomados de assombro, ed. Paulinas
04.01.14
In Tomados de assombro, ed. Paulinas
04.01.14