(postado por Alice Matos)
A nossa Comunidade é formada por cristãos: homens e mulheres, adultos e jovens, de todas as condições sociais que desejam seguir Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele na construção do Reino, e reconheceram na CVX a sua particular vocação na Igreja (PG4)
09 abril 2013
07 abril 2013
Cristo ressuscitou!
Amados irmãos e irmãs
de Roma e do mundo inteiro, boa Páscoa!
Que grande alegria é
para mim poder dar-vos este anúncio: Cristo ressuscitou! Queria que chegasse a
cada casa, a cada família e, especialmente onde há mais sofrimento, aos
hospitais, às prisões...
Sobretudo queria que
chegasse a todos os corações, porque é lá que Deus quer semear esta Boa Nova:
Jesus ressuscitou, uma esperança despertou para ti, já não estás sob o domínio
do pecado, do mal! Venceu o amor, venceu a misericórdia!
Também nós, como as
mulheres discípulas de Jesus que foram ao sepulcro e o encontraram vazio, nos
podemos interrogar que sentido tenha este acontecimento (cf. Lc 24, 4). Que
significa o fato de Jesus ter ressuscitado? Significa que o amor de Deus é mais
forte que o mal e a própria morte; significa que o amor de Deus pode
transformar a nossa vida, fazer florir aquelas parcelas de deserto que ainda
existem no nosso coração.
Este mesmo amor pelo
qual o Filho de Deus Se fez homem e prosseguiu até ao extremo no caminho da
humildade e do dom de Si mesmo, até a morada dos mortos, ao abismo da separação
de Deus, este mesmo amor misericordioso inundou de luz o corpo morto de Jesus e
transfigurou-o, o fez passar à vida eterna. Jesus não voltou à vida que tinha
antes, à vida terrena, mas entrou na vida gloriosa de Deus e o fez com a nossa
humanidade, abrindo-nos um futuro de esperança.
Eis o que é a Páscoa:
é o êxodo, a passagem do homem da escravidão do pecado, do mal, à liberdade do
amor, do bem. Porque Deus é vida, somente vida, e a sua glória é o homem vivo
(cf. Ireneu, Adversus haereses, 4, 20, 5-7).
Amados irmãos e irmãs,
Cristo morreu e ressuscitou de uma vez para sempre e para todos, mas a força da
Ressurreição, esta passagem da escravidão do mal à liberdade do bem, deve
realizar-se em todos os tempos, nos espaços concretos da nossa existência, na
nossa vida de cada dia. Quantos desertos tem o ser humano de atravessar ainda
hoje! Sobretudo o deserto que existe dentro dele, quando falta o amor a Deus e
ao próximo, quando falta a consciência de ser guardião de tudo o que o Criador
nos deu e continua a dar. Mas a misericórdia de Deus pode fazer florir mesmo a
terra mais árida, pode devolver a vida aos ossos ressequidos (cf. Ez 37, 1-14).
Eis, portanto, o
convite que dirijo a todos: acolhamos a graça da Ressurreição de Cristo!
Deixemo-nos renovar pela misericórdia de Deus, deixemo-nos amar por Jesus,
deixemos que a força do seu amor transforme também a nossa vida, tornando-nos
instrumentos desta misericórdia, canais através dos quais Deus possa irrigar a
terra, guardar a criação inteira e fazer florir a justiça e a paz.
E assim, a Jesus
ressuscitado que transforma a morte em vida, peçamos para mudar o ódio em amor,
a vingança em perdão, a guerra em paz. Sim, Cristo é a nossa paz e, por seu
intermédio, imploramos a paz para o mundo inteiro.
Paz para
o Médio Oriente, especialmente entre israelitas e palestinos, que
sentem dificuldade em encontrar a estrada da concórdia, a fim de que retomem,
com coragem e disponibilidade, as negociações para pôr termo a um conflito que
já dura há demasiado tempo. Paz no Iraque, para que cesse definitivamente toda
a violência, e sobretudo para a amada Síria, para a sua população vítima do
conflito e para os numerosos refugiados, que esperam ajuda e conforto. Já foi
derramado tanto sangue… Quantos sofrimentos deverão ainda atravessar antes de
se conseguir encontrar uma solução política para a crise?
Paz para a África,
cenário ainda de sangrentos conflitos: no Mali, para que reencontre unidade e
estabilidade; e na Nigéria, onde infelizmente não cessam os atentados, que
ameaçam gravemente a vida de tantos inocentes, e onde não poucas pessoas,
incluindo crianças, são mantidas como reféns por grupos terroristas. Paz no
leste da República Democrática do Congo e na República Centro-Africana, onde
muitos se veem forçados a deixar as suas casas e vivem ainda no medo.
Paz para a Ásia,
sobretudo na península coreana, para que sejam superadas as divergências e
amadureça um renovado espírito de reconciliação.
Paz para o mundo
inteiro, ainda tão dividido pela ganância de quem procura lucros fáceis, ferido
pelo egoísmo que ameaça a vida humana e a família – um egoísmo que faz
continuar o tráfico de pessoas, a escravatura mais extensa neste século vinte e
um. Paz para todo o mundo dilacerado pela violência ligada ao narcotráfico e
por uma iníqua exploração dos recursos naturais. Paz para esta nossa Terra!
Jesus ressuscitado leve conforto a quem é vítima das calamidades naturais e nos
torne guardiões responsáveis da criação.
Amados irmãos e irmãs,
originários de Roma ou de qualquer parte do mundo, a todos vós que me ouvis,
dirijo este convite do Salmo 117: «Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterno o seu amor. Diga a casa de Israel: É eterno o seu amor»
Mensagem de Páscoa do Papa Francisco
Pintura: Giotto
(postado por Alice Matos)
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