A nossa Comunidade é formada por cristãos: homens e mulheres, adultos e jovens, de todas as condições sociais que desejam seguir Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele na construção do Reino, e reconheceram na CVX a sua particular vocação na Igreja (PG4)

15 outubro 2018

Palavras Com Ritmo, IV


Rui tem 43 anos, é casado e é pai de três filhos. Nasceu na Covilhã, onde vive e trabalha como professor universitário. Entrou em CVX em 2003, tendo feito o curso de animadores em 2005. Foi animador do grupo G.A.N.T. (2007-2008). Fez parte da equipa regional CVX-BI (2006-2008) tendo sido Presidente da CVX-BI (2009-2010). Fez o compromisso temporário em 2009. Participou na Assembleia Nacional 2010. Fez parte da equipa de serviço da ‘Vinde e Descansai’ (Semana Férias CVX-BI, 2016-2018) e recentemente foi delegado CVX.P à Assembleia Mundial CVX 2018. Atualmente é membro do grupo “5ªSemana” (CVX.BI) e faz parte da Equipa de Formação CVX-P.



“CVX, um Dom para a Igreja e para o Mundo”


(1) A Assembleia Mundial teve lugar em julho de 2018 em Buenos Aires.
Como foi o acolher da proposta como delegado na AM2018?
Podemos dizer que se foi preparando para "fazer-se sensível aos sinais dos tempos e aos movimentos do Espírito Santo" (PG6)?

A possibilidade de ser delegado à AM surgiu de forma ocasional. Uma sucessão de acontecimentos despertaram em mim a possibilidade de ser nomeado, traduzidos num desejo de maior serviço à CVX, e em aprofundar este caminho vocacional particular. Foi também num ano em que me disponibilizei a fazer parte da equipa de formação. E desse modo poder eventualmente participar na AM também era uma resposta da minha disponibilidade ao chamamento referido anteriormente.
Depois de saber que efetivamente seria um dos delegados, senti uma grande gratidão e alegria pela confiança deste envio da comunidade nacional. Confiança que também pedi ao Senhor de modo a sossegar o temor da responsabilidade, do desconhecido e de todas as inseguranças de ir até ao “fim do mundo”.

(2) Contextualizando com a celebração do 50º aniversário da CVX desde a sua renovação em 1967 (Dar Graças) e percebendo que procura cooperar com o Espírito Santo, como foi construída e rezada a partilha (expressando sempre um modo novo de olhar o tempo e as diversas situações) que fizeram ao longo desses 10 dias de AM?

A preparação da AM foi feita essencialmente a partir da leitura e oração dos documentos preparatórios (a convocatória propriamente dita, e os Projects 168 e 169). Ainda houve oportunidade para numa Assembleia de Responsáveis os delegados poderem ser “empapados” com os frutos da oração das diferentes comunidades regionais, precisamente sobre os dons recebidos ao longo da nossa história CVX, e o modo como os podemos comunicar à Igreja e ao Mundo, atualizando o carisma CVX nos dias de hoje.
Diga-se que o tema e a graça a pedir nesta AM vinham ao encontro das graças recebidas da última Assembleia Nacional cujas moções apontavam para a necessidade dum maior crescimento e compromisso de sermos CVX. Em certa medida, por orientação do Espírito Santo, a preparação da AM já estava a ser feita.

(3) O papado do Papa Francisco convida-nos a uma nova visão, profundidade e experiência do catolicismo contemporâneo, o qual pede uma verdadeira conversão da forma como nós, a Igreja, estamos presentes para nós mesmos e para o mundo.
Em AM foi sentido, vivido e frutuoso este convite? 
Exemplos concretos.

A AM viveu muito inspirada pela presença do Papa Francisco. Desde logo a escolha da Buenos Aires e do local, Colégio Máximo S.José, onde o P. Jorge Bergoglio foi aluno, professor e reitor  teve um sentido especial para todos os delegados. Depois as palavras de saudação que o Papa nos dirigiu onde nos convidou a darmos graças pelos dons recebidos e nos exortou a aprofundar o nosso desejo em sermos contemplativos em ação.
Todavia, penso que foi sobretudo a visão de uma Igreja evangelizadora, missionária e próxima, que o Papa Francisco nos tem convidado a aceitar e a transformar, que marcou profundamente os delegados da AM. Fomos agraciados com a presença de Austen Ivereigh, biógrafo do Papa, que precisamente nos ajudou a refletir nesta nova visão de Igreja, fruto de uma experiencia vivencial e de discernimento da Igreja da América Latina. E tivemos também a graça duma experiência concreta de igreja missionaria através do encontro com famílias e jovens da comunidade paroquial São José do Barrio San Miguel, onde pudemos vivenciar um pouco daquilo que o Papa Francisco sonha para a Igreja: acolhimento, partilha, misericórdia, reconciliação, alegria e Vida.

(4) “… este reconhecimento do dom e da graça que o Senhor vos concedeu nestes anos… deve levar-vos a uma humilde ação de graças, porque Jesus olhou para vós além das vossas qualidades e virtudes. Mas, ao mesmo tempo, pressupõe uma chamada à responsabilidade, a sair de vós mesmos e a ir ao encontro dos outros, para os nutrir com o único pão capaz de saciar o coração humano: o amor de Cristo. Que a “ilusão agnóstica” não vos desoriente!”
In MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO AO PRESIDENTE DO CONSELHO EXECUTIVO DA COMUNIDADE DE VIDA CRISTÃ POR OCASIÃO DA XVII ASSEMBLEIA MUNDIAL
Para agradecer, cair na conta de tanto bem recebido e valorizar os momentos que nos fazem avançar como Comunidade em Crescimento e Amadurecimento, que momentos fortes pode partilhar connosco?

A experiência da AM veio confirmar que quando somos verdadeiramente guiados pelo Espírito Santo o caminho é possível, apesar das diferenças, dificuldades e resistências. O ambiente típico de uma Assembleia (mesas e cadeiras em filas uns atrás dos outros) foi substituído por uma Comunidade que centrados em Deus e no Mundo, procurava aprofundar o que é isto de ser CVX, aqui e agora. A tenda onde nos reuníamos, passou a ser a tenda que Deus montou entre nós e habitou connosco naqueles dias, e juntos, guiados por Ele pudemos experimentar os frutos de uma única e verdadeira Comunidade Mundial, amigos no Senhor. Essa vivência foi possível pelo processo de discernimento comunitário que todos os delegados foram convidados a fazer, e desse modo deixámos de certa forma os nossos voluntarismos, méritos, obsessões e agendas pré-estabelecidas, para nos confiarmos ao Senhor, o verdadeiro anfitrião da AM.
Desta experiência destaco dois momentos fortes:

- Contemplação da nossa história de Graça.  Orientados pela Magdalena Palencia (México) e rezando a nossa fita temporal (desde a transição das Congregações Marianas até à AM Libano’2013), a história tornou-se vida, e vida com tanta riqueza, com tantas graças, mas também com crises e dores, próprias do amadurecimento. A CVX é verdadeiramente um dom de Deus e Deus tem guiado a CVX. 

- O perdão e a reconciliação. Os delegados foram convidados a rezar as paralesias e as sombras da CVX. Fomos chamados a um ato de humildade em reconhecer e partilhar as nossas infidelidades a este caminho em Igreja. Fomos chamados a reconciliar-nos com o olhar misericordioso de Deus que nos lembrou que, sem Ele e sem os outros, facilmente nos transformamos em estátuas sem vida. Foi também um momento de grande unidade e de compaixão uns pelos outros.

(5) Os delegados foram convidados a fazer parte de um processo formal de discernimento comunitário enraizado nos Exercícios Espirituais através da partilha espiritual.
O Senhor que convida ao Corpo, Corpo Apostólico, como foi a experiência: diferentes línguas, 204 delegados de a 63 das 67 comunidades afiliadas. 
Conte-nos, por favor.

O processo de discernimento comunitário foi a grande experiência que os delegados foram convidados a viver nesta AM. Tendo presente o caminho realizado ao longo destes 50 anos CVX, o convite de conversão da Igreja proposto pelo Papa Francisco e a realidade do nosso mundo de hoje (em que somos desafiados como leigos a assumir a realização do Vaticano II), a AM foi preparada para que em clima de discernimento, a CVX  confirmasse a sua identidade, vocação e missão.  
Tivemos a ajuda de uma equipa do ESDAC (Exercices Spirituels pour un Discernement  Apostolique Communautair) que nos guiou através da oração pessoal, da partilha em pequeno grupo e em plenário. Esta dinâmica muito conhecida da CVX, teve como principal desafio o exercício da denominada “2ª ronda”. Por vezes, nas nossas comunidades locais ainda há dificuldades em entender o que é a “2ªronda”, e por vezes o modo como é realizada não cumpre com o objetivo da mesma, considerando o discernimento comunitário. Na AM os delegados no seu pequeno grupo foram convidados a exercitar precisamente esta 2ª ronda. Foi pedido que após a 1ª ronda, da partilha objetiva dos frutos da oração pessoal, os delegados se descentrassem das suas partilhas e estivessem sensíveis às moções geradas pela escuta atenta das partilhas dos outros, de modo a serem guiados pelo Espírito no processo de discernimento, concretizado através de 1 frase curta e objetiva, ou 2 a 3 palavras, que seriam partilhadas depois em plenário. Em plenário (onde tínhamos a partilha de cerca de 30 grupos), mantinha-se esta atitude de quem procura estar atento aos sinais de Deus, buscar a Sua Vontade, e não tanto querer ser protagonista ou líder.
Foi uma experiência muito enriquecedora, e como referi anteriormente marcou o ambiente da assembleia, de forma que as próprias decisões e eleições decorreram com grande serenidade e comunhão. Além disso, resultante deste processo de discernimento, pode-se dizer que o Espírito confirmou a identidade CVX como comunidade laical inaciana e apostólica, e desafia a CVX a cuidar melhor deste dom de vida em Igreja, a partilhar a riqueza dos métodos e ferramentas inacianas, e a ir ao encontro dos outros para gerar vida.    

(6) Agradecendo a disponibilidade, o acolhimento e o compromisso em responder a todas as perguntas lançadas, que Graça a Pedir partilha connosco neste tempo próprio para regressar a Portugal (CVX-P) e ao gozo íntimo da vivência da AM.

Para que possamos em Comunidade CVX sentirmo-nos chamados e animados a aprofundar a nossa identidade, a partilhar humildemente o dom da espiritualidade inaciana e a sair para servir os mais necessitados a fim de seguir a Jesus mais de perto e trabalhar com Ele na construção do reino.

Unidos no Senhor,

By Sofia Preto
CVX-BI



11 outubro 2018

Ecos e desafios da Assembleia Mundial CVX


“O fruto é a experiência do processo”



A CVX-Beira Interior foi convidada pela CVX-Além Tejo a estar presente no dia de arranque das suas atividades, que aconteceu em Évora (Valbom), no passado dia 30 de setembro. Teve como pano de fundo os ecos e desafios emanados da Assembleia Mundial (AM), que tinha decorrido na Argentina, em julho último. Os referidos ecos e desafios foram naturalmente trazidos por quem tinha experienciado na primeira pessoa aquele encontro mundial: o Rui Brás, da nossa CVX-BI, que foi delegado à AM 2018 e o P. Hermínio Rico, Vice-Assistente Mundial da CVX.
O Rui apresentou o seu testemunho deixando transparecer a gratidão por tanto bem recebido na qualidade de delegado, sublinhando como o mais marcante na Assembleia a graça de ali se ter vivido uma experiência profunda de discernimento, individual e comunitário. E de facto, somos uma comunidade inaciana, o nosso Carisma CVX enfatiza o pilar da espiritualidade, cristocêntrica, considerando os Exercícios Espirituais de Santo Inácio como instrumento específico e reconhecendo-se como particular necessidade a oração e o discernimento. Foi esta a proposta para a restante agenda do dia, a de experienciarmos, à luz do que aconteceu nos trabalhos da Assembleia Mundial, momentos de discernimento pessoal e comunitário!
Partindo dos frutos da Assembleia foi-nos pedido que rezássemos e discerníssemos, em tempo de recomeço de um novo ano CVX, o que nos era pedido como membros deste corpo. E este desafio aconteceu depois de um enquadramento do P. Hermínio sobre o caminho de 50 anos da CVX e o modo como foi discernida, desenhada e lançada esta Assembleia, como oportunidade de rezar o desejo de um maior aprofundamento e integração na vivência do nosso Carisma CVX no mundo de hoje. Assim, depois de um tempo de oração individual passámos para os pequenos grupos onde deveríamos pôr em prática o discernimento comunitário. Pudemos constatar as dificuldades e os obstáculos que ainda suscitam em nós este “processo”, o do discernimento, que supostamente deve ser a base do nosso modo de ser CVX, na partilha de vida rezada nas nossas reuniões, no tempo de oração pessoal no nosso quotidiano…
O P. Hermínio acolheu as nossas dúvidas sentidas naquela tarde no desenrolar do processo de discernimento comunitário repetindo uma frase que ainda hoje ecoa em mim: O fruto é a experiência do processo. Veio-me à memória o modo semelhante como foram conduzidos os trabalhos na nossa última Assembleia Nacional CVX-P, em 2017 onde também nos foi proposto esta dinâmica de discernimento comunitário, depois da escuta do que eu rezo, uma “2ª ronda” onde importa a escuta do que o grupo reza. Senti-me agradecida por nova oportunidade de crescimento, aprendendo e interiorizando um mais adequado recurso à 2ª ronda que, a meu ver, por diversos motivos nem sempre é compreendida nem realizada da melhor forma nas nossas reuniões CVX… ainda temos muito a crescer…mas o caminho vai sendo construído se nos abrirmos à Graça, aos dons de Deus! Agradeço à CVX Além Tejo o acolhimento à CVX-BI neste dia que foi para mim muito rico por tudo o que aqui fui partilhando e que trago como “regalo”… sobretudo por me sentir confirmada, reconhecendo a CVX como vocação pessoal na Igreja.
Saibamos nós agradecer e valorizar a CVX, este dom para a Igreja e para o mundo, que Deus coloca na nossa vida para nos ajudar a seguir Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele na construção do Reino.
                                                                                          
By Ana Teresa, Quinta Semana
                                                                                                                                                                                                                                                                           



07 outubro 2018

Covilhã, um lugar de bênção no meu percurso de seguimento do Senhor


The Road to Emmaus por Daniel Bonnell

"A Covilhã é para mim neste momento a Galileia, a Terra Santa, onde o Senhor com a Cruz às costas me precede e se faz encontrado, onde me convida a segui-Lo e a servi-Lo em cada uma das pessoas que em cada dia colocará no meu caminho."

Sérgio Diz Nunes, sj


Gabriela, escreveu assim:

No dia 30 de setembro de 2018, o meu querido tio Sérgio, tomou posse como novo Pároco de São Pedro da Covilhã, numa cerimónia presidida pelo Senhor Bispo da Guarda.

Tocou-me especialmente a sua reflexão final, na missa, onde agradeceu a nova missão, a “calorosa recepção beirã” que teve e alegria por ter sido chamado a servir o Senhor nesta comunidade.

Durante o almoço, comprovei a importância e a força dessa comunidade. Fomos muito bem recebidos, com alegria e amizade, como se fôssemos da casa. Fui abordada por várias pessoas que agradeciam pela chegada do meu tio, e senti-me pequenina no meio de tanto amor e gratidão.

Foi, sem dúvida, um dia para festejar e agradecer.

By Gabriela Botelho

04 outubro 2018

Comunhão Cristã, Abertura CVX-BI

Este ano tive a enorme alegria de estar presente no encontro de início do ano da Comunidade CVX da Beira Interior (BI).
O dia iniciou com uma Eucaristia, celebrada pela comunidade CVX da BI com a Comunidade da Paróquia de São Tiago, na Covilhã. Uma celebração na qual a Sofia e o António fizeram os seus compromissos temporários, num testemunho cheio de empenhamento e emoção, expresso com enorme beleza entre a concentração formal de um e as lágrimas do outro em discreta humildade cristã.
A consolação da Eucaristia e dos compromissos que tive o privilégio de testemunhar, continuou a ser ‘alimentada’ no almoço partilhado que se seguiu. Uma refeição na qual pude viver a comunhão cristã da partilha dos alimentos, numa mesa cheia de ofertas preparadas pelos membros CVX e numa refeição apresentada com beleza, pormenor e cuidado, num acolhimento cheio de Amor, de entrega. A oração de bênção que precedeu o início deste almoço de ‘amigos no Senhor’ teve um significado muito especial para mim.
Seguiu-se o testemunho do Rui Brás, delegado da CVX-Portugal à Assembleia Mundial da CVX (que teve lugar em Buenos Aires, nos últimos dias de Julho passado), que nos encaminhou numa ‘visita guiada’ a cada um dos dias da Assembleia Mundial, em imagens acompanhadas do seu testemunho pessoal, que nos permitiu viver um pouco o caminho percorrido pelos delegados, e conhecer melhor a CVX, na sua universalidade, não apenas através da nossa inteligência, mas também do nosso coração e do nosso entendimento, sublime! Muito obrigada Rui!
E todo este dia foi vivido com a alegria fraterna de quem é filho de Deus, num ambiente de comunidade Cristã, de irmãos no Senhor. Agradeço à comunidade CVX da Beira Interior e dou Graças a Deus pela sua vivência fraterna, que me encheu o coração. 
Bem hajam!
By Isabel Porto
EN CVX_P