A nossa Comunidade é formada por cristãos: homens e mulheres, adultos e jovens, de todas as condições sociais que desejam seguir Jesus Cristo mais de perto e trabalhar com Ele na construção do Reino, e reconheceram na CVX a sua particular vocação na Igreja (PG4)

14 janeiro 2018

Vinde e vede, by Luís Pires


Foi com imenso gosto que me desloquei de Coimbra para a Covilhã para participar na celebração da Epifania com a CVX-BI. Inicialmente, idealizei uma viagem com toda a família, a Maria, minha filha de quase 3 anos e a minha esposa, a Ana Rita, grávida da nossa filha Teresa. Mas o frio acabou por fazer das suas e deixei a Maria doente em casa com a mãe para me fazer eu ao caminho. Cheguei à Covilhã mesmo em cima da hora e só entrei para celebrar a missa quando já se iniciava o “Glória”. Mas, rapidamente o meu coração serenou. Um Igreja ampla, simples e com uma magnífica imagem no centro de tudo, o Sagrado Coração de Cristo, ou como está escrito nas paredes o Coração Ardente de Cristo. E que bonita celebração, com a inspiração do Pe. Rafael Mourão, sj. Neste dia celebramos esse “Deus que está ao nosso alcance”, relembrando que como os Magos também nós somos peregrinos. E tal como eles, após fazermos esta experiência de encontro com Jesus, levando o melhor de nós, tudo o que somos, voltamos sempre por outro caminho, confiados n’Ele.
Depois foi tempo de continuar a celebrar o dia em família cristã, agora com a CVX-BI. E que bom que foi, partilhar experiências familiares, profissionais, conhecer e dar-me a conhecer. E como cristãos nada melhor que o fazer enquanto nos reunimos “à mesa”. Foi bom conhecer um pouco melhor a história da CVX-BI, ver todos os grupos representados, da Covilhã e de Castelo Branco, e escutar um pouco do caminho feito pela comunidade sj que está na região há vários anos. Um dos pontos mais bonitos do dia foi para mim ver a integração das famílias dos membros da CVX-BI na festa, ver o Pe. Manuel Vaz Pato, sj, a ensinar um menino a lançar o pião, ver crianças com quem a minha Maria vai gostar de brincar numa próxima visita, e histórias de casais que começaram ao mesmo tempo a viver em CVX. Depois de degustarmos as sobremesas, entre as quais o Tiramisu da Susel, muito conhecido na região (e eu agora sei o porquê!), foi tempo de a equipa de serviço regional da CVX-BI relembrar que neste dia há uma oferta especial a fazer, e todos contribuíram com o que podiam para ajudar a comunidade sj na formação dos noviços.
Já almoçados seguimos para as “Reuniões Baralhadas”. Todos nós recebemos uma OV para nos acompanhar nos dias que antecederam esta celebração e éramos agora convidados a partilhar o sumo espiritual destes dias mas, num grupo de pessoas vindas de grupos CVX diferentes do nosso. É uma experiência muito boa que nos ajuda a relembrar que a partilha em CVX não é dependente de um grupo de pessoas específico, mas de uma atitude inspirada pela presença de Cristo no meio de nós.
Regressei a casa, por outro caminho (literalmente), e de coração cheio.
Agradeço a todos vós o convite para estar convosco nesse dia!
Luís
EN CVX-P

07 janeiro 2018


The Adoration Of The Magi
By Stanley Cooke

E, tendo nascido Jesus em Belém de Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém,
Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente, e viemos a adorá-lo.
Mt 2, 1-2

O gesto dos Magos: vêem a Estrela, põem-se a caminho e oferecem presentes.

E nós, vemos a Estrela? 

Precisamos de uma meta que nos leve Mais longe, que nos leve a manter alto o olhar
Mas, será que ainda podemos levantar os olhos ao Céu? Sabemos sonhar, ansiar por Deus, esperar a Sua novidade? 
Sejamos como os Magos que viram uma estrela despontar: era a Estrela de Jesus, que não ofusca, mas, gentilmente, convida.

A Estrela de Jesus orienta-nos e permanece
A Estrela do Senhor não ofusca, mas orienta-nos e permanece; serena-nos e faz-nos experienciar, como aos Magos, uma imensa Alegria; ela convida-nos a caminhar.

“pôr-se a caminho”: uma ação nuclear para encontrar Jesus. Esta Estrela convida a caminhar, às vezes, arduamente… a vida e as suas imensas variáveis. Jesus deixa-se encontrar por quem o procura, mas, para encontrá-Lo é preciso ir, sair, arriscar, (de)inquietarmo-nos e (des)acomodarmo-nos.

Para encontrar Jesus é preciso entrar em ação
Para encontrar Jesus, é preciso colocarmo-nos em movimento, pormo-nos a caminho, sempre e sem cessar. Para encontrar o Menino, é preciso arriscar: descobrir a Sua ternura e o Seu Amor.

Pormo-nos a caminho não é fácil. Os Magos falam pouco e caminham muito, prostram-se junto à manjedoura: “oferecem dons”. Jesus está ali para oferecer a Sua vida e Salvação, e os Magos oferecem-lhe o que têm de mais precioso: “ouro, incenso e mirra”.

Oferecer/doar
São tantos os dons agradáveis a Jesus … são dons gratuitos, que nos compõem como cristãos.

Este ano a CVX-BI coloca junto da manjedoura, a Oração e a Comunhão da mesma. Lança a dinâmica a Intenção do Mês – atividade concretizada através do Blog e como?

Em cada mês seremos convidados a ter presentes na nossa Oração os aniversariantes da nossa Comunidade. E também em cada mês são enviadas, por email, para mim (Sofia Preto) a intenção/o desejo de se sentirem acompanhados na Oração e promover assim a Comunhão da mesma. Serão publicadas de forma anónima.

Assim, comunitariamente, oferecemos à CVX-BI a nossa Oração, o nosso tempo e de algum modo os nossos dons. Recordando as palavras do Papa Francisco «Senhor, fazei-me redescobrir a alegria de doar», vamos dando espaço à ingénua e espantosa Alegria de dar.

03 janeiro 2018

I Reunião Baralhada, janeiro. 18


DETAIL OF "THE NATIVITY" BY ROHDEN FRANZ VON GEBURT CHRISTI

GAP: Ser berço de Deus Menino para com humildade o Amar e Dar a conhecer.


Do Oriente veio em procissão de esperança
O melhor da nossa humanidade.
Os três magos caminharam à luz de uma estrela nova,
Recém-nascida,
Mansa,
Como uma criança.

A procissão faz-se em passos de dança,
E a estrela só pode ser olhada com olhos puros,
De cristal,
Com alma enternecida,
E coração de natal.

Por isso,
Não a viu Herodes,
Não a viram os guardas,
Não a viram os sábios,
Que arrastavam os olhos por velhos alfarrábios.

Viram-na os magos,
Pegaram nela à mão,
Levaram-na aos lábios,
Deitaram-na no coração.

Vem, Senhor Jesus.
O mundo precisa tanto da tua Luz.
 António Couto,
Mesa de Palavras



Do Oriente veio em procissão de esperança…”
(1) Coloco-me na cena.
Como é a procissão, como é o ritmo, onde e como estou?
Dou exemplos concretos.

“E a estrela só pode ser olhada com olhos puros…”
(2) Como está o olhar que segue a Estrela e que me conduz ao Deus Menino? 
Como é o olhar que me conduz ao convite de Ser rosto de Deus Menino?

“Levaram-na aos lábios…”
(3) Cuidadosamente levo a Estrela aos lábios e sinto tudo aquilo que me transmite – a Alegria interna e imensa.
Neste ano de 2018, como posso de forma pequenina mas concreta e Alegre Ser voz do Deus que encontra no mais íntimo do meu Ser lugar para nascer?

“Vem, Senhor Jesus.
O mundo precisa tanto da tua Luz.”
Coloco na minha oração este gesto acolhedor, mas ao mesmo tempo dilatador de Sua Luz.


Epifania: Um Deus ao nosso alcance

A festa da Epifania tem uma grande importância simbólica para a Igreja. Nas poucas linhas de um episódio do qual nem sequer se conhecem bem as bases históricas, descreve-se o símbolo do grande caminho dos povos para o Senhor que nasceu, um caminho que já está em curso, desde há dois mil anos, e que só terminará com o encerramento da história humana. Neste caminho, participam também uma multidão de pessoas aparentemente não cristãs, muitas das quais estão ligadas a Cristo por aquilo que dá pelo nome técnico de «batismo de desejo», outros ainda por aquilo que costuma ser chamado, antes, «batismo de sangue». Trata-se, portanto, de uma multidão imensa, que ninguém pode contar.
A importância dada a esta manifestação universal de Cristo também deriva do facto de que aqui, na revelação feita aos misteriosos Magos, a Igreja relê claramente outras manifestações de Jesus: a do Batismo no Jordão, e a que foi feita às multidões da Palestina, mediante a multiplicação dos pães. Jesus apresenta-se, portanto, como Aquele que pode ser procurado a partir de qualquer condição humana, por todos aqueles que calcorreiam os caminhos deste mundo.
E também foi assim que o Santo Padre João Paulo II definiu o meu ministério de bispo, quando me ordenou solenemente na Basílica de São Pedro, em Roma. Disse que me conferia «o sacramento do caminho», habilitando-me, assim, a percorrer com todos os caminhos da vida quotidiana, em busca da estrela, ou seja, dos sinais do Deus vivo. (...)
A Igreja tem, certamente, necessidade de bons bispos mas, muito mais do que os prelados, contam os santos, aqueles que vivem o Batismo numa autêntica relação com Deus e com os irmãos, em especial com os mais pobres.
Uma relação semelhante, ou uma rede de relações boas e evangélicas, está presente em todos aqueles que renunciam a algo de si, que se põem a caminho como os Magos, fiando-se da ténue mensagem de uma estrela, que não têm medo de momentos de escuridão e que enfrentam os sacrifícios de um longo caminho para receber o Menino Jesus dos braços da Mãe. Estou certo que todos aqueles que empreendem, resolutos, essa caminhada, receberão o cêntuplo nesta vida, bem como a vida eterna.

Card. Carlo Maria Martini
In Tomados de assombro, ed. Paulinas
04.01.14