No
passado mês de fevereiro,
integrando um grupo de quase sessenta pessoas, tive o privilégio de ser
peregrina na Terra Santa.
Visitar os
lugares onde Jesus nasceu e que percorreu enriqueceu a minha oração e ajudou-me
a viver esta Quaresma e esta Páscoa. No entanto, não foram os lugares santos
que mais me fascinaram: nunca saberemos se foi exactamente naquele lugar onde
Jesus foi batizado
ou naquela pedra, na calma e verdejante Tabgha,
onde aconteceu a multiplicação dos pães e dos peixes. O que guardo destes
lugares é o que eles, para nós cristãos, evocam.
Foi bom
visitar os lugares ao redor do Mar da Galileia (Lago de Tiberíades)
onde Jesus passou grande parte da sua vida pública. Atravessar o deserto fez-me
compreender a beleza que aqueles lugares evocam e perceber o quão importante
são os momentos de refúgio e de encontro com o Pai nas nossas vidas.
Percorrer as
ruas de Jerusalém e rezar a via-sacra,
no lugar onde ela aconteceu,
foi também especial. Consegui ver
Jesus a percorrer
aquelas ruas estreitas e cheias de
comércio, numa cidade que também naquela altura seguia a sua vida quotidiana. Pude
experienciar, também, que é
possível o encontro com Deus no meio das agitações, distrações
e confusões que muitas vezes caracterizam o nosso dia-a-dia.
Rezar ao mesmo tempo que os muçulmanos são chamados a orar ou deparamo-nos
com o dia de Shabbat em que os
judeus são convidados ao descanso e ao encontro com Deus.
Somos convidados à
união com todos aqueles que connosco partilham o dom da fé.
Por último,
é impossível ficarmos indiferentes ao conflito israelo- -palestiniano e a todos
os cristãos perseguidos.
Pensar em
Belém é também recordar o muro que a separa de Israel, no
ícone de Nossa Senhora que Faz Cair
os Muros que se encontra no mesmo e
nas irmãs
beneditinas que nos acolheram. Contemplar ao de longe a Síria e o Egito
é também recordar todos os cristãos perseguidos, memória avivada pelos recentes
acontecimentos.
Peçamos a
Nossa Senhora que Faz Cair os Muros que abra os corações e que faça cair aquele
muro e todos
os muros que geram ódio e violência.
By
Sílvia Almeida