Pararam com ar muito triste, e um
deles, chamado Cléofas respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar
o que lá se passou estes dias!» E Ele perguntou: «Que foi?» Responderam-Lhe: «O
que se refere a Jesus de Nazaré (…) Ao chegarem perto da aldeia para onde iam,
Jesus fez menção de ir para diante. Mas eles convenceram-n’O a ficar dizendo:
«Ficai connosco porque o dia está a terminar e vem caindo a noite.» Jesus
entrou e ficou com eles.
E quando Se pôs à mesa, tomou o pão,
recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os
olhos e reconheceram-n’O. Mas Ele desapareceu da sua presença.
Disseram então um para o outro: «Não
ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos
explicava as Escrituras?» Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém
e encontraram reunidos os onze e os seus companheiros, que lhes disseram:
«Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!» E eles contaram o que lhes
tinha acontecido e como Jesus se lhes dera a conhecer, ao partir o pão.
Evangelho de S. Lucas
Ao ler
este texto e os acontecimentos narrados pelos discípulos de Emaús, retomo a
lembrança das aleluias da noite Pascal, que marcaram com emoção o momento do
Glória. Faço desse momento “memória
agradecida!” (E.E. Inácio de Loiola).
Sim,
Jesus Ressuscitou, está vivo em mim, está vivo nas pessoas que me rodeiam,
habita na minha casa, nas ruas da minha cidade… Mora em cada realidade da minha
vida!
Como os
discípulos faço experiências de desilusão e de falta de fé, mas também de
caminhar na presença do Senhor Ressuscitado e de O tocar naquilo que penso e
vejo, naquilo que faço e amo e… particularmente de me deixar tocar pelo afeto e
pelo Mistério reconhecido simplesmente pelos sinais.
Fecho os
olhos por momentos e tudo faz sentido. Tomo consciência que, desde sempre,
Jesus se faz presente no meu caminho, tornando-o mais suave. Sinto agora o
toque de cada bênção recebida porque nela, é Ele que se Dá. É Ele que me
convida a refazer o caminho de Emaús.
No
regresso…recolho a luz ténue do dia que termina e peço a graça de um olhar
purificado, sobre cada realidade que me rodeia, porque Ele, o
Senhor, renova tudo o que em mim perdeu a vida, fortalece todas as
incertezas, acalma todos os medos, dá sentido a todas alegrias.
E, neste
Senhor que assim se inclina para se dar em Alimento, eu sei que posso confiar e
confiar-me dizendo: Meu Senhor e meu Deus! Assim me encontras hoje,
agradecida…
By Alice Matos