O nosso
compromisso com a CVX, com um cristianismo comprometido com as pessoas e com o
Mundo expressava-se já ali, na nossa disponibilidade, na nossa vontade de irmos
ao encontro dos irmãos.
O meu Dia Mundial da CVX começou muito cedo. A bem dizer,
começou quinze dias antes, quando combinámos as boleias e com quem iriamos no
nosso carro. Mas começou mesmo cedo, pois partindo da Covilhã tivemos que sair
pelas oito para podermos estar a tempo em Cernache. Começou muito cedo porque a
partilha da viagem já fez parte das comemorações. A alegria de fazermos caminho
juntos, literalmente, também foi e é importante. Quase que me atrevo a dizer
que no momento em que partíamos já tudo estava cumprido, já tudo estava
celebrado, pois partíamos, melhor dizendo, púnhamo-nos a caminho, um pouco
apressadamente, como Maria. O nosso compromisso com a CVX, com um cristianismo
comprometido com as pessoas e com o Mundo expressava-se já ali, na nossa
disponibilidade, na nossa vontade de irmos ao encontro dos irmãos.
Quando chegámos, foi a alegria de vermos, de sorrirmos, de
cumprimentarmos quem já não víamos há anos ou há meses, não importava, pois
agora estávamos juntos. Juntos de várias maneiras, juntos nas memórias, nas
alegrias partilhadas, nos momentos difíceis rezados, juntos na partilha de
doces e bolos regionais que muitos haviam trazido para juntar ao café da
chegada e de tudo o que a organização tão impecavelmente disponibilizara e
organizara.
No pavilhão, pudemos ter a real noção de quantos eramos, da
alegria nas expressões de todos, no acenar de mais alguém que ali estava e
ainda não tínhamos cumprimentado, nos testemunhos de quem tinha vivido a CVX
dos primeiros tempos em Portugal, do comentário ao nosso lado de quem também
era desse tempo. Eu a sentir-me pequenino e ainda “noviço” apesar de já ter
onze anos em CVX. Tantos percursos tão diferentes e, apesar disso, com tanto em
comum. Seguiu-se o cerne e o cerne é a Eucaristia.
Após o almoço, a partilha a dois, fazendo próximos, mais
próximos uns dos outros. Primeiro a dois, como já referi, depois a quatro por
fim a oito, curiosamente o número do infinito. Não sei se foi propositadamente
ou não, mas isso não importa, o que importa é que sentíamos a ação do Espírito
em nós e todos saímos dali mais ricos, mais capacitados para continuarmos o
nosso percurso de crescimento e comprometimento com o irmão, com o próximo.