Espiritualidade no Feminino. Mote para uma iniciativa da Junta de
Freguesia de Castelo Branco que juntou três mulheres para falar de Espiritualidade: a investigadora Adelaide Salvado, a Irmã Adriana (Instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada) e Sofia Preto (Comunidade de Vida
Cristã, CVX-BI). Moderou o Padre Nuno Folgado, pároco de São Miguel da Sé - Castelo
Branco.
Será que a espiritualidade tem género? O tema foi abordado sob várias perspetivas,
se haveria uma espiritualidade feminina e masculina, qual a importância da
espiritualidade na vida quotidiana e a espiritualidade noutras religiões, nos
agnósticos e nos ateus.
Para a Irmã Adriana, a espiritualidade nasce connosco,
e apesar de esta ser uma dimensão do ser humano, ela é da opinião que a vivência
desta é diferente entre homens e mulheres. Segundo a Irmã, a mulher é mais
sensível e delicada e tem mais facilidade em refletir sobre os aspetos do seu
íntimo. Já a investigadora Adelaide Salvado apresenta vários testemunhos de
místicos, homens e mulheres, que segundo ela apresentam uma linguagem
espiritual idêntica, com uma profundidade semelhante, onde procuram um sentido
para a vida, um Amor transformador. Aborda ainda a interação corpo e mente. Em
representação da CVX (Grão de Mostarda), Sofia Preto afirma que a espiritualidade cristã define-se como uma vida de acordo com o Espírito de Deus, uma vida que nos pode fazer filhos e filhas de Deus e é um convite a
um percurso. Este percurso depende da forma como o Espírito Santo toca a cada um de nós,
independentemente de ser homem ou mulher. É importante para cada um, com as
suas semelhanças e diferenças, saber interpretar e acolher esta relação com o Senhor
e a Sua vontade para nós. Esta forma de Vida orienta-nos na construção do Reino e na
capacidade de ver Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus (Espiritualidade Inaciana). Segundo
ela existe uma complementaridade entre a espiritualidade de cada um,
independentemente do género.
Houve ainda espaço para debate entre as
conferencistas e o público assistente.
Em jeito de conclusão foi unânime entre
todas que a Espiritualidade serve o desejo de cada um de busca do sentido da
vida, e que em última instância se traduz sempre no abrir-se ao outro, no Amor
ao outro, à comunidade, independentemente do fio condutor dessa busca interior
(religioso ou não religioso). Sendo uma forma de vida e de agir que se desenvolve e cresce.
By Filipa Santos
Grão de Mostarda