Conhecer, nem que por breves instantes, a vontade
que Deus tem para a minha vida e o desejo de, em liberdade, segui-La foi
certamente um dos frutos desta experiência
Dos
0 aos 30… em 4 semanas
Num
claro exercício de livre-arbítrio, dar testemunho pressupõe escolher aquela, ou
aquelas, palavras que mais se ajustam, certamente condicionadas não só pelo momento,
mas também pelo percurso que percorremos ou desejamos percorrer. Talvez esta
insolente associação seja tão arrojada que o efeito que se pretende fique
apenas por um conjunto de palavras eloquentes, mas seguramente inconsequentes. Assim,
dar testemunho resulta de uma ação conjunta, pois precisa de um espaço e de um tempo.
E é precisamente este espaço-tempo que determina a velocidade das experiências
que servem de sustento para aquilo que fomos criados – Vi(m)Ver.
E
foi com base neste pressuposto que fomos “convidados a entrar” nesta impactante
experiência de “30 dias 30 oras”. Durante 4 semanas fomos desafiados a Vi(m)Ver
Deus em pleno, num espaço que depende de tempo (e não do tempo) e num tempo que
depende de espaço (e não do espaço). De uma forma subtil, cada semana, conduziu-nos
ao encontro de Deus na nossa experiência diária em diferentes velocidades. Na
realidade esta experiência pautou-se por um contínuo (re)descobrir da graça de
viver na presença de Deus, onde cada princípio e fundamento foi revisitado numa
lógica de caminho para espaços de aceitação e para tempos de comunhão. Arrojada
na forma e ousada no sentimento, cada semana (cada dia) obrigou-nos a tomadas
de consciência, quase sempre fora da nossa zona de conforto, de realidades
desconhecidas ou até mesmo não assumidas.
De
uma forma subtil, cada semana, conduziu-nos ao encontro de Deus na nossa
experiência diária em diferentes velocidades
De
modo concreto, nesta experiência espiritual saboreamos a graça do vazio, onde
Jesus nos interpelou a uma vivência de procura. Desafiados a preparar o espaço
para que esse fosse preenchido com os tempos do Deus, experimentamos a doce
misericórdia de Deus, numa clara tomada de consciência que é Ele que vem ao
nosso encontro. Fomos criados para Ele, e é com Ele que desejamos permanecer. É
neste sentido, de buscá-Lo no meu desejo que Jesus nos convida a assumir a
condição de seus discípulos. Jesus desafia-nos a segui-Lo num exigente plano de
testemunhar o Seu amor onde, sendo livre na Sua vontade, experimentamos quase
que diariamente as duras vicissitudes de ter tomado parte do Seu projeto. Certos
que tomamos consciência das nossas limitações, fraquezas e fragilidades, mas
também é certo que este caminho de amizade e de encontro com Jesus nos fez
desejar um maior espaço de interioridade e um maior tempo de silêncio e escuta.
Este alargar de horizontes culmina no recentrar do nosso desejo, onde fomos
convidados a mergulhar na essência do tríduo Pascal. A vivência dos
acontecimentos como “protagonistas” constituiu, talvez, o desafio mais marcante
destes exercícios. Conhecer, nem que por
breves instantes, a vontade que Deus tem para a minha vida e o desejo de, em
liberdade, segui-La foi certamente um dos frutos desta experiência. Fica
seguramente a certeza que vale a pena ir dos 0 aos 30 para repousar na graça,
na misericórdia e no amor de Deus.
Fomos
criados para Ele, e é com Ele que desejamos permanecer.
Com
alguma dose de resiliência, tentamos fazer caminho. Da mesma forma que aos
discípulos de Emaús enquanto caminhavam lhes ardia o coração, assim foi o nosso
caminho nestes 30 dias 30 oras, onde desejamos alimentar este mesmo ardor, na
certeza que quanto mais bebemos de Cristo maior é a nossa sede.
Isabel e Francisco (5ªSemana)
EE 30dias 30Oras (8 Setembro | 8 Outubro 2023)