A Assembleia de Responsáveis teve início no local
onde iríamos pernoitar (Seminário de Évora) com o acolhimento aos participantes
tendo como mote a leitura de JO, 20, 19-23. Esta foi lida pelo Pe. Sérgio Diz
Nunes, sj e deixou umas breves notas que iriam tonificar a noite que já ia
longa após a viagem feita pelas diversas equipas de serviço. Teve como graça a
pedir: “Graça de me deixar levar pelo
Espírito Santo”. Os discípulos estavam fechados por medo (…) o medo não nos
deixa crescer (….). A CVX também se pode fechar com medo aos novos desafios… É
necessário deixar Jesus entrar e ocupar o Centro – que esteja no meio de nós. A
Paz não é uma simples harmonia, a Paz é um fruto, um Dom de Deus.
Jesus vem ao meio de nós para nos incentivar a sair
de nós e ir ao encontro dos outros. Este movimento de envio vem desde sempre –
Jesus era O enviado do Pai, nós somos os enviados de Jesus. O mais importante é
deixar-nos conduzir pelo Espírito de Deus.
Imbuídos neste espírito deslocamo-nos na manhã
seguinte para a Quinta Valbom (residência oficial da Comunidade Jesuíta em
Évora), onde fomos muito bem recebidos pela equipa Além Tejo e pela Comunidade
Jesuíta.
Tivemos como ponto de partida o texto do Papa
Francisco in “A verdade é um encontro, homilias em Santa Marta”.
“ O Cristão anuncia o Evangelho mais com o seu
testemunho do que com as suas palavras. E com uma dupla disposição, com diz São
Tomás de Aquino: um grande ânimo, que não se assusta com as coisas grandes, que não
receia seguir em frente em direção a horizontes que não acabam, e a humildade
de ter em conta as coisas pequenas (…)”
Foi nesta disposição que se efetuou uma retrospetiva
sobre a realidade nacional, a sua “historia cheia de Graça” dos últimos anos e
os desafios que Deus nos está a lançar. Á síntese previamente elaborada pela EN
anexou-se outros contributos dados pelas equipas de serviço, durante a Assembleia:
Questões importantes sobre a realidade da CVX-P:
Ø Vastos horizontes:
ü A CVX-P está a crescer muito!
Cresce de forma muito consistente em quase todas as regiões, sobretudo em
Lisboa e no Porto que são também as regiões onde os grupos etários mais jovens
(até aos 25 anos) tem mais expressão pelo
que, é necessário trabalhar a Identidade da CVX sobretudo pelo nº de pessoas
que entrou recentemente;
ü A CVX cresce para além dos
“lugares jesuítas” com grupos a surgir em Leiria, Santarém e Viseu;
ü A Assembleia Nacional deve reflectir sobre este aspecto –
que Comunidade pretendemos construir?
ü A CVX deve ser uma experiência
de encontro com Deus e os outros;
ü O rápido crescimento faz de
nós uma comunidade muito “jovem”;
ü A CVX-U é uma verdadeira Graça
para a nossa comunidade;
ü Fazemos parte de uma
comunidade mundial. O lugar da nossa comunidade é o mundo (como aldeia global);
ü É necessário trabalhar pequenos compromissos para
chegarmos ao compromisso global;
ü Na Europa a CVX-P é hoje não
só a segunda maior comunidade mas uma das mais maduras;
ü O perfil dos guias CVX
alterou-se consideravelmente nos últimos anos. Mais de metade dos guias são
ainda Jesuítas, os guias leigos são já uma maioria em Lisboa e metade dos guias
do Porto;
ü Capitalizar a permanência da Companhia de Jesus;
ü A CVX constitui um importante
campo de missão, fazer parte das equipas de serviço não é gerir questões
burocráticas, administrativas e organizar eventos mas de uma forma muito
concreta levar Deus às pessoas;
ü As equipas de serviço
necessitam de membros com disponibilidade e espírito de serviço, capacidade de
liderança e de coordenação.
Ø Coisas pequenas:
ü Encontrar soluções para o problema
da “falta de tempo para rezar”; adaptar o funcionamento dos grupos às
contingências das nossas vidas muito ocupadas; encontrar soluções para os
grupos com filhos pequenos;
ü Reconhecermo-nos comunidade é
o 1º passo para nos pormos ao serviço;
ü A CVX vive da disponibilidade
dos seus membros. O crescimento da CVX tem que nos responsabilizar e
comprometer a todos;
ü Envolver as pessoas individualmente para criar vínculos;
ü Uma comunidade em crescimento
exige permanentemente mais animadores e mais guias mas também uma cuidada
formação;
ü A disponibilidade passa também
por outras tarefas, em que cada um pode dar o seu contributo;
ü A CVX assegura algumas tarefas
com muito e desnecessário amadorismo: contabilidade, comunicação e divulgação,
por exemplo. Trata-se, ainda, de não sabermos aproveitar as competências da
comunidade neste domínio e de alguma incapacidade para perceber essas
atividades como uma importante missão.
Em jeito de conclusão, sublinhamos aqui a posição
do Pe. Alberto Brito, sj que defendeu a ideia de um crescimento sustentado e a
necessidade de fazer reuniões pontuais (mensais ou não) com animadores e guias
no sentido de aferir as dificuldades que vão surgindo neste crescimento
sustentado.
O assistente nacional, Pe. Sérgio Diz Nunes, sj salientou
a necessidade de estarmos abertos aos desafios do nosso tempo. É neste diapasão
que se deve situar a CVX sendo que, a CVX tem que olhar para a comunidade com
um olhar diversificado para a unidade. Temos olhares diferentes de acordo com a
especificidade das regiões mas sempre numa perspetiva de unidade – contribuímos
para a construção do reino.
Outra questão conciliadora e defendida pela Raquel
Rei foi como é que nós cristãos nos envolvemos nos desafios que são colocados
ao nosso país – a nossa envolvência na sociedade civil.
De salientar a presença do Augusto Miranda (Tuta)
um dos elementos do Grupo de Trabalho sobre “Corresponsabilidade e
Sustentabilidade Financeira CVX-P” que no seu pragmatismo nos elucidou da
necessidade em sairmos do amadorismo com que temos trabalhado em termos
financeiros e passarmos a adotar um registo mais técnico.
As contribuições recebidas das diversas regiões
permitem inferir a vontade geral de não subir as quotas, neste momento. Ora, a
regra em qualquer organização associativa é que as quotas “normais” devem ser
suficientes para cobrir as despesas organizativas “normais” e para isso ser
possível, neste momento, é preciso ter grande controlo da despesa da CVX, sem
nunca esquecer os compromissos plurianuais e internacionais. Torna-se indispensável
orçamentar ainda que de modo não-vinculativo, as despesas da EN. Isto porque se
é verdade que há despesas “fixas” (como as quotas internacionais), também é
verdade que há despesas variáveis e de peso, como é o caso da Formação. A
respeito desta última, seria importante a EN, em colaboração com as ER’s com
autonomia para promoverem ações de Formação, identificar:
ü quanto custa formar um guia;
um animador; quantos guias e animadores será necessário formar; qual a
percentagem de comparticipação pela EN.
Ou seja, quantos mais guias e animadores for necessário
formar e quanto mais essas despesas sejam suportadas pela CVX-P, maiores as
receitas necessárias. Só assim poderá ser estipulada uma quota que assegure a
saudável sustentação das despesas inerentes ao desenvolvimento das CVX-P.
Registamos também a presença da Carla Rebelo e
Tintão um “apport” valiosíssimo nestas e noutras matérias.
O testemunho de elementos da Direção Leigos para o
Desenvolvimento, Carmo e Andreia que partilharam a sua experiência relativamente
às características daquela organização e de como a realização das Assembleias
Nacionais, “in casu” Assembleias de Anciãos envolvem as pequenas comunidades na
tomada de decisões.
Em face do ora exposto, a Assembleia de
Responsáveis terminou no “cair na conta” do muito trabalho a fazer pela EN e
restantes equipas de serviço.
“Que o cristão não tenha medo
de fazer coisas grandes”.
Equipa Regional CVX -BI